29 de jun. de 2012


Queria, agora, o formoso.
Essa mesma secura, mas lá no mato,
ouvindo cigarras,
Sentindo o sol na pele
E o vento no rosto.
Mas aqui estou,
ouvindo carros, sirenes e buzinas.
Sem árvores ou cachoeiras,
Subidas e descidas sem emoção,
Só escadas e elevadores.
Aperto no bolso,
na gravata e no apartamento.
Se antes corria livre, pelo cerrado,
Liberdade agora é ilusão.
De que tudo cabe (e pode) no ciberespaço,
Olhando na tela em frente, essa falsa imensidão.
Lá fora sol e poeira,
Quase tudo quase cinza
De tudo nada tem muita cor
Aqui dentro, sonho em molhar os pés
No Formoso ou no Coxim...
Engulo o nó,
Respiro fundo,
Minto pra mim que não há dor
Disfarço o riso com 16 milhões de cores
E sigo em meu trabalho
artificialmente sem calor...


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