24 de dez. de 2013

Sinceros votos

E novamente é Natal.
Se você é cristão, como eu, desejo-te que a paz e a luz do Cristo ilumine cada vez mais sua vida, e que esse natal renove sua fé.
Mas, se você não é cristão, se professa outra fé, ou fé nenhuma, mesmo assim te desejo um feliz Natal.
E, não estou sendo irônico, sarcástico nem fazendo piadinha de mau gosto. Estou sendo sincero. Pode acreditar.
E, mais um texto desejando "feliz natal a todos" não é lá a coisa mais original. E eu nem quero fazer um agora. Não que eu não escreva coisas nem tão originais assim. Ou mesmo coisas bem piegas. Eu escrevo sim. Basta dar uma olhada em meu blog e comprovará o que estou dizendo aqui.
Não, não estou aqui apenas para desejar que todos tenham um feliz natal. O que me motiva a escrever essas linhas é a quantidade de manifestações de pessoas que dizem "não aguentar mais essa chatice de época natalina". Que "não suporta mais a falsidade que toma conta das pessoas nesses dias". Que "odeia todas essas luzes e essas músicas chatas".
Bem meus amigos, eu respeito suas opiniões. Mas me permito emitir a minha e, com ela, convidá-los a uma reflexão.
Tudo bem que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro. Tudo bem que você acredite que ele sequer tenha nascido. Tudo bem também que essa festa tem muito mais de tradição pagã do que sacra em sua origem. E, claro, ninguém mais merece ouvir a Simone entoando o chatíssimo refrão "então é natal...".
Mas, apesar de tudo isso, uma coisa é inegável, seja você cristão, umbandista, budista, islamita, teórico dos antigos astronautas, ateu ou agnóstico, ninguém pode negar que os dias próximos ao dia dedicado à comemorar o aniversário dO Filho de Maria nos traz uma aura de forte energia positiva, e repleta de uma sensação de paz e de bondade que nos impele a ter boas ações, mesmo que essas não façam parte do nosso cotidiano. Essa energia, que escapa da simples crença religiosa e transcende ao inconsciente coletivo, ascende em nós sentimentos e reações muitas vezes esquecidos, ou sufocados nos outros meses do ano. Assim, podemos sentir presente na atmosfera mais generosidade, gentileza, fraternidade e caridade. Em muitos casos, até mais desejo de união, de construir um mundo melhor.
Sentimos isso, meus caros, e não tem nada de falso, demagogo ou hipócrita nisso. É apenas a manifestação, nas pessoas, da energia que nesse período envolve o planeta.
E eu não sou bispo, reverendo, pastor, apostolo, papai noel, arqueólogo, nem seguidor do Erich Anton Peter ou coroinha (isso eu fui. Àquilo, ah, sei lá...). Mesmo assim, não sendo nada disso, nem escritor maldito (seja lá o que isso queira dizer), consigo perceber que, também nesses momentos, podemos ter grande facilidade para desperdiçar possibilidades. Sendo assim, meus amigos, creia você ou não, em qualquer divindade, viva esse período de forma a aproveitar o máximo possível a energia que aí está.
Se algum estranho te desejar "feliz natal" sorrindo, sorria de volta. Isso certamente tem muito mais poder para tornar o mundo um lugar melhor, do que virar o rosto. Ou, pior ainda, falar alguma grosseria. Afinal, retribuir um sorriso com outro, só pode ter como consequência a alegria.
E, se aquele seu colega de trabalho, que passa o ano todo sendo deselegante, ou grosso, de repente te diz algo gentil, não encare como falsidade. Saiba que ele está envolto naquela aura da qual já falei. E, apenas aceite, de forma também gentil. Se te der um abraço, aproveite e divida o prazer que um abraço sempre é. E, quem sabe, esse colega perceba quão melhor é agir assim e, com o tempo, a gentileza e generosidade torne-se cada vez mais frequente.
Não precisa mercantilizar o momento, eu sei. Mas se for impossível, então que a entrega de um presente sirva para estreitar laços, para provocar sorrisos, para fortalecer as amizades, ou criá-las, onde não existir.
Não recrimine quem faz enormes cestas repletas de guloseimas para distribuir para moradores de rua, e outras famílias carentes. Novamente pode não se tratar de hipocrisia, o fato de a maioria desses anjos bons de ocasião não agirem assim o ano todo. Mas lembre-se da energia, e de como ela pode nos impactar. Ao invés de criticar, valorize. Contribua, mesmo que já o faça em seu cotidiano, incentive a caridade de todos nessa época, pode ser uma boa forma de fortalecer a solidariedade em todas as pessoas.
Quanto à Simone com seu "então bom natal...", e todas as demais musiquinhas chatas, ah, isso é muito fácil de abstrair e relevar. É pequeno demais pra tornar a vida, ou mesmo algumas horas, de qualquer pessoa ruim.
Enfim, meus amigos, que (levado por essa energia) ouso a chamá-los agora de irmãos, Não desperdice a grande força geradora do bem que a energia que envolve as festividades do Natal, com reclamações ou maldições. Não precisa gostar do Natal, nem de Jesus. Mas acredito que todos nós queiramos um mundo melhor, não é mesmo. E, aproveitar bem a aura que nos envolve agora é, eu acredito, uma ótima maneira de começar, ou continuar, a fomentar a construção de um mundo melhor.
Basta se animar, ser gentil e generoso com todos. E aceitar que todos também podem ser, e estão sendo, de verdade.
Sendo assim, reforço:
Feliz Natal a todos.
Que possamos nos tornar tão generosos o ano todo, quanto somos em dezembro. E mais tolerantes em dezembro do que somos nos outros onze meses.




11 de dez. de 2013

Curiosidade

Aqueles belos olhos fitam o ambiente,
Ela vê quase tudo.
Eu, só queria ver
o que vai em sua mente!

Anormal

“Cara estranho eu sou”,
É o que sempre ouço.
Em certos dias de saudade,
quero saber o sexo do porco,
Que comi no almoço.

Da séria "atos secretos"...Iguais...

Polinizada, a margarida se reproduz em outro bioma.
E nem é primavera,
Em mim saudades da cor e do perfume...
É estranho
Pois, não há mais "dias diferentes".

9 de dez. de 2013

Entre aspas

Quero viver minha história
de forma plena, em caixa alta.
Não a quero entre aspas
nem criptografada.
No máximo entre parênteses,
se esses me forem amigáveis.

Se a vida já me foi sublinhada,
e agora se apresenta rabiscada.
O que já foi poesia,
agora me chega como uma nova tese,
de filosofia tão profundamente superficial,
que compreender já não desejo.
Se faço é apenas pelo hábito,
meio que, vivendo só por viver.

E como interprete gago,
leio cada palavra/instante
com a certeza de que pode não haver novo fonema,
ou aquela vírgula, despercebida,
pode ter sido o ponto final.

E, nessa pausa que agora faço,
respiro e espero encontrar a semântica perfeita.
Seja lá o que isso queira ser para mim.
Só espero retomar meu roteiro de onde parei um dia.
Quando lia facilmente minhas escolhas,
Posto que era eu mesmo quem as escrevia.

E não havendo mais aspas, colchetes ou criptografia,
beberei, novamente, a vida em plenitude.
Em fontes claras e frescas,
todas em tamanho doze.
Com frases em negrita felicidade
Sem falácias,
com rimas livres
total coerência.
com letras e vida em harmonia.

E essa minha prosa, meio sem graça,
voltará a ser poesia.


Busca

Se sigo livre nessa aventura,
como navegante em leito perene
Penso então, que não há o tempo,
como infinita eternidade.
Há o passado como lembrança,
e o futuro como saudade
de cada dia que vou viver.
E nesse tempo, que não começa
para não ter que terminar,
vivo o futuro de cada instante,
vendo o passado que vai chegar.

Vou construindo essa estrada,
a cada passo,
cada pegada.
Refazendo hoje, nova jornada.
É assim que sigo,
morrendo muito
vivendo um pouco.
entre alegrias e algum sofrer.
Perseguindo a ilusão do tempo
até o momento em que vou morrer.


Floriu alegre a margarida!
Triste estava o sabiá
No banco de cedro,
que até poucos dias
era seu lar.

Solitário

Nasceu velho, o novo dia.
Muito triste sua sina.
Ter apenas o Sol por companhia!