26 de nov. de 2009

Por outros caminhos...

Um amigo disse que eu deveria fazer canções. Bem, confesso que esse é um sonho para o futuro (espero que não seja tão distante assim). Mas acho muito difícil, afinal não sou músico. Aliás, até sou* (explico mais tarde). Pra complicar mais minhas vida, caso resolva fazer música, eu gosto de boa música. Sabe, essas que tem melodia e letra convivendo em total harmonia. E as letras precisam ter poesia de verdade. Dizer alguma coisa para o ouvinte. Ter conteúdo. Por isso gosto Chico Buarque, Flávio Venturini, Vanessa da Mata e Zeca Baleiro. E acho Oswaldo Montenegro e Belchior simplesmente geniais. E, caramba, escrever como esses dois é um objetivo pretensioso demais pra mim.
Mas estou em Goiás, e sendo bom goiano, é impossível ficar imune à música sertaneja. E, quem sabe eu possa me enveredar um pouco. Sendo muito ousado, eu sei.
Minha primeira tentativa (como toda primeira tentativa, muito tosca e, tendo sido pensado para ser uma música sertaneja é, sim "bem melosa") resultou no texto abaixo.
Se alguém gostar, e quiser musicar, por favor fale comigo...(rsrs)
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Minha vida em suas mãos

“Naza”

Andei errado eu sei,

caminhos tortos caminhei.

Levei mil porradas, quebrei muito a cara

Por todo esse tempo, minha companheira foi a solidão.


Busquei aventuras,

Por carinhos até paguei

Querendo prazeres, acreditei na idéia de que tudo tem preço.

Comprei falsas promessas, beijei bocas frias e corpos vazios abracei.


Mas as promessas sinceras de amor eterno, que toda noite escutava,

Como a cerveja do copo

Se perdia sempre a cada madrugada.


A cada manhã, ao acordar sozinho

Sentia maior o vazio no peito.

A dor cresceu tanto que até me sufoca.

Não suporto mais, reconheço a culpa.

Já não tem mais jeito.


Assumo, enfim, que é você que amo.

E que meu destino está em suas mãos.

Por isso imploro “me mate agora ou me dá seu perdão”.

Só no seu abraço é que sou feliz,

E meu universo é seu coração.


Reconheço agora o tolo que fui

Se tanto sofri por pura opção.

Fiz a minha escolha ao te desprezar, te mandando embora.

Jogando por terra seus sonhos e planos,

Destruídos todos pelas minhas mãos.


Eu demorei tanto pra reconhecer,

Sei que não mereço mas quero pedir

“Por favor querida, devolva-me a paz.

Já chorei demais, cansei de sofrer.

Nossa história quero recomeçar.

Preciso estar contigo enquanto viver”.


Assumo, enfim, que é você que amo.

E que meu destino está em suas mãos.

Por isso imploro “me mate agora ou me dá seu perdão”.

Só no seu abraço é que sou feliz,

E meu universo é seu coração.

17 de nov. de 2009

A ti

Dedico-te

Este poema,

Que ainda nem

Existe.

Peço apenas

Que me entendas,

É por estares tão longe

Que meu poema

Será triste.

16 de nov. de 2009

Sem palavras...

Ando assim, meio sem assunto. E isso não é bom, nem novo. Mas me deixa com essa sensação de “esterilidade”.

Acho que não é bom ter tal sensação. Afinal não tenho (acredito que ninguém tenha) obrigação de “parir” um texto novo a cada dia. Um poema novo a cada beijo de arrepiar. Um novo haikai a cada canto de pássaro, latir de cachorro ou estalar de folhas secas pisadas por meus pés. Tampouco ter um novo livro a cada mês.

Poetas, romancistas, cronistas, escritores enfim, não são máquinas. E criatividade, dessas de verdade, é coisa espontânea. Não se amplia com exercícios.

Os exercícios podem sim, dar qualidade ao formato do texto, assim como às cores do pintor, ou à melodia dos músicos. Mas o sentimento, a emoção, a “alma” poema, nasce no coração do poeta. Que nem sempre tem o dom da boa escrita, ou o grau de conhecimento da língua e das normas gramaticais para fazer um texto que seja esteticamente bonito ou, pelo menos, correto. No entanto não é a correção ortográfica e a beleza estética que confere ao texto o status de poema. A alma de tudo é o sentimento.

Mas não quero falar de correções ou sentimentos. Quero falar sobre a falta de assunto que me acomete em certos períodos.

Nesses dias me ocupo de coisas que exige mais do minha capacidade de raciocínio. Como ver novelas (as do Manoel Carlos são melhores, pois dá uma enorme sensação de déjà-vu), Dr. House ou Monk na TV. Ou visitar sites de conteúdo suspeito na internet. Ou simplesmente fazer nada mesmo.

Dias sem criatividades são cheios de vazio, e acho que é exatamente aí que reside o limiar das criação. Seria assim como o silêncio que precedeu ao big-bang. Pois passado esse período de ócio, o espírito criativo se manifesta de forma explícita e vigorosa.

Quer saber, estou feliz por que hoje não consegui pensar em nada para escrever aqui. Sei que em breve (alguns dias ou semanas, espero que não mais que meses) terei de volta minha mente efervescente. Estou me sentindo como uma semente recém plantada, à espera da próxima chuva (e tanta coisa pode ser chuva pra mim) para germinar.