30 de dez. de 2017

Sobre agridoce e outros sabores - 2017 o ano do "eita"

Certo, vamos lá.
2017 foi sim um ano repleto de “eita”, pra todos. Mas, certamente, todas as pessoas tiveram, também, muitos bons momentos.
Não posso falar por todos, nem quero. Falo apenas por mim, e de mim.
Esse foi um ano em que experimentei uma montanha russa de emoções. Não é exagero, nem eufemismo. Só uma metáfora bem representativa.
E não estou falando de acontecimentos que vieram acontecendo desde anos anteriores, para se consolidar em 2017. Tampouco de coisas que passarão desse para 2018.
Pra mim, as coisas mais importantes que vivi em 2017, aconteceram em 2017.
Mudei de cidade e, muito mais, de vida.
Comecei o ano em um novo lugar, depois de uma década na velha e boa casa nº 266, da rua 239, lá no setor Universitário, em Goiânia (quanta saudade...). Tentei transformar a casa verde, construída no lote 01 da quadra 45, rua Elvira de Faria, no setor Nova Caiapônia, nossa casa. Depois só a Casa do Naza. Minha casa. Ainda falta muito pra se consolidar. Mas me sinto em casa, de todo modo.
Era novo emprego, novo trabalho, novos desafios (alguns não imaginados). Mas assim é a vida. Estava animado. Acreditei que estivéssemos. Não estávamos. Era apenas eu.
Bina e Lino não se acostumaram com o novo endereço, e logo cismaram de partir. Primeira perda.
Depois, ainda bem no início do ano, nova, e maior perda, quem me fazia companhia, e em quem eu encontrava forças, também cismou de partir. Certamente também não se acostumou com o novo endereço/vida.
Mais alguns meses, e foi a vez do contrato cismar de partir. Pode não ter se acostumado comigo.
Perdi tudo que tinha como referência de suporte para o cotidiano. Para a vida.
A vida construída na casa 266 da rua 239, em uma década, deixou de existir.
Sim, houve lágrimas, desânimo, desencanto, momentos de raiva, outros de quase desespero. E mais lágrimas. Mas nenhuma tristeza abalou a felicidade que trago em mim. E o ronron terapêutico do Darth Vader (que se mostrou um companheiro inseparável), e as broncas da Leia (tão expressiva que assusta), foram fundamentais.
Posso dizer, então, que, ao menos pra mim, 2017 não foi um ano maravilhoso. Mas nem tudo foi ruim.
Me desfiz de toda a vida que tinha, na passagem de 2016 para 2017. E perdi quase tudo que trouxe comigo para o ano novo, para a vida nova. Mas não fiquei sozinho, nem me senti assim. O que me permitiu manter certa lucidez, e não me perder. Como sempre a vida sendo muito boa comigo, nos momentos mais difíceis.
Vi reafirmar, e fortalecer, velhas amizades. Recebi apoio de onde não esperava. E os abraços ficaram mais aconchegantes e necessários.
Também vi surgir e fortalecer ótimas amizades novas, dessas que estarão em mim por toda a vida, não importa onde nem quando eu esteja. Afinal dependendo das companhias, todo canto pode ser tão aconchegante como nossa própria Varanda. Nada melhor que poder entoar (ou criar) canções com verdadeiros menestréis (amigos de gentche), para serem compartilhadas, ou ainda gravadas na pele dos mais livres. E, apesar dos desafios apresentados, fui muito bem recebido por Caiapônia.
Percebi que ainda sou capaz de aceitar, permitir (e até contribuir para) que pessoas gostem de mim, e que algumas até se encantem. Essa, outra coisa que tem sido importante na turbulenta calmaria dos últimos meses desse ano. E se meus olhos ainda não mostram o brilho que exibia em dezembro de 2016, ao menos não está mais tão opaco quanto estiveram meses atrás.
Mas esse ano me trouxe surpresas muito felizes. Como as proporcionadas pelos amigos do lugar onde cresci, e com a imprescindível ação da querida amiga Marta Brandão. E me tornei membro da Academia Mineirense de Letras e Artes. Depois, recebi título na Câmara Municipal, tornando-me legitimando algo que sempre senti na prática, e agora sou Cidadão Mineirense (novamente a Martinha, obrigado querida).
Lino voltou pra casa. Quis ele estar comigo na hora de sua partida. E meu bom amigo morreu pouco dias após seu regresso. Agora, Bina também está de volta, como quem sente que o período mais complicado chegou ao fim.
E assim o ano do “eita” chega ao seu final.
O Naza que chegou aqui, nesse ano e nesse lugar, não existe mais. Graças a isso, sou muito mais parecido com o velho Naza de outros tempos, e mais ainda com aquele que desejo ser. O que me obriga a ser grato por tudo. Foi agridoce. Mas todo sabor pode ser agradável ao bom apreciador.
2018 iniciará sem nenhuma mala trazida desse ano. Tudo que vier será novamente novo. E as promessas são as melhores.
Não será perfeito, como a vida não é. Mas torço para que seja enriquecedor, em todos os sentidos. E à Deus, aos deuses, à natureza, às energias que regem o universo, peço, sobretudo, para que a vida continue sendo boa comigo, como sempre foi.
Que saibamos aprender sempre.
Que sejamos capazes de nos apaixonar sempre (pelo novo, pelo que se renova, pelo antigo que é base, ensinamento e suporte).
Que sejamos capazes de fazer com que se apaixonem por nós, sempre, e um pouco mais a cada novo dia.
Que tenhamos, nós mesmos, orgulho da própria vida.
Que não sejamos motivo de vergonha pra ninguém.
Que sejamos livres, e saibamos respeitar a liberdade de todos os seres, de todas as outras formas de vida.
Feliz 2018 a todos nós.


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