23 de nov. de 2017

Feridas

Quis voar.
Sonhar longe,
pisar alto,
mergulhar livre,
sentir o vento nas palmas,
e o sol secando a saliva.
O sal do mar ardendo nas feridas.
Da pele,
do coração,
da alma.
Feridas entreabertas,
semicuradas.
Doloridas lembranças,
chagas-lições,
cortes-memória.
Lembrando-me de erros,
mostrando caminhos,
marcando escolhas ruins,
sangrando cada opção.
E há lágrima,
dor,
desconforto
e angustia
Mas mantenho aberta cada ferida.
Para não me esquecer de quem fui,
Não me perder na balsâmica ilusão,
manter a lucides,
e o aprendizado de cada lição.
E, não desistir jamais
de querer voar longe,
sonhar profundo,
e mergulhar alto.
Com cicatrizes, sim.
Mas livre
     e feliz!

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