18 de abr. de 2012


Era o tempo.
Foi o vento.
Passou o momento.
Partiu o trem,
Fez-se poeira,
Caiu a flor,
Luz apagou,
Lua se pôs.
Lágrima até secou.
O cheiro permanece, na memória da pele,
Da saliva, só o sabor.
Envelopes empoeirados, inertes em alguma velha caixa.
e-mail, nenhum.
Nenhum olá,
Nenhum sorriso.
Filhos, nenhum.
Idade, dezenas.
Rugas, por todo corpo.
Brancura em todo cabelo,
Memória, já falha.
Lembranças, como se fora ontem.
E ela já não chora.
Nem lamenta.
Apenas se lembra de um dia ter perdido o momento.
E ter deixado ir embora o amor...

2 comentários:

  1. Poxa vida, Tedesco. Desse eu gostei hein.

    ResponderExcluir
  2. Um poema que cala fundo...que toca a alma, parabéns por tamanha sensibilidade! abraços...

    ResponderExcluir