3 de mar. de 2017

Árido

Ao longe,
Do deserto,
O navegante fita o mar.
Com paciência e atenção, tenta desvendar seus mistérios
                Que julgava conhecer...
Hoje sabe que, a aparente calmaria pode ocultar violenta tempestade.
Onde havia porto, não há mais cais.
E suas águas, não permitem mais a navegação.
O navegante chora de saudade
Da aventura tranqüila, que era navegar,
Das descobertas e emoções, que era mergulhar,
Da beleza, por tanta vida,
Pela liberdade, vivenciada e oferecida,
Da segurança, pela certeza de poder aportar.
Da certeza de que o mar seria sem fim...

O navegante fita o mar,
Sonha em poder sair do deserto, e se refrescar novamente.
Reza para que a turbulência logo passe,
E, que ao menos o oceano encontre Paz.
Que tanta cor, perfume e energia,
Não se mate com o sal,
Não se polua com ácido,
Não se envenene com o ódio
Não congele nem evapore.

Ao longe,
Do deserto
O navegante fita o mar, sabendo que sempre irá fitar.
Sabe que há Oasis,
Rios, lagos e montanhas,
                E certamente irá se aventurar em outras paisagens
Mas não irá perder de vista o oceano,
Pois nunca vislumbrou, em outro lugar, tanta vida...



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