28 de jun. de 2010

E você nem sabe de mim...

Fiz um novo poema.

Você não sabe dele!

Assim como não sabe do livro leio.

Nem que aquele meu perfume acabou.

Ou do CD que comprei ontem.

Nem da última música que me encantou.


Você também não sabe do último filme que vi.

Do xote que dancei,

Nem da pizza que pedi

(e, por estar sozinho, nem comi...).

De mais uma viagem que planejei.

Tampouco você sabe das madrugadas em que não dormi.


Das lágrimas que chorei você não sabe.

Mas, dessas, você nunca soube.

Assim como não soube do quanto te amei.

Dos planos que fiz,

Dos sonhos (reais), quebrados por ti.

Do ar que me falta,

Do frio que faz, seu abraço ausente.

Do eco que ouço, quando riu sozinho.


É, você já não sabe

Que nunca soube de mim.

Nem imagina o que teve nos braços

Ainda não viu toda verdade que havia

Em tudo que eu quis pra nós.

E que eu era completo, em tudo que fazia.

Você não sabe de mim.


Não sabe do meu último poema.

Mas poema jamais te encantou.

Se encantou por outras coisas,

Que estavam fora de mim.

E do mundo que era nosso, você nem quis saber.

E ainda hoje não sabe que, daqui de onde estou,

Te olho com cuidado.

E ainda sei de você...

5 comentários:

  1. "Não sabe do meu último poema.

    Mas poema jamais te encantou.

    Se encantou por outras coisas,

    Que estavam fora de mim.

    E do mundo que era nosso, você nem quis saber..." ficou maravilhoso.Beijos

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  2. É melhor saber de outras coisas... das coisas que merecem, não é não, tedesco?

    Silêncio... (2)

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  3. Tedesco,

    "Ela disse assim
    É porque é
    É porque é
    Não há desespero em vão
    Se ela quer voar
    É porque tem assas
    É porque tem asas"
    Lirinha

    Sabendo se do voo, é preciso ter conciência que deves se atirar ao vento e também voar... è chegada a hora de deixar este novo velho ninho.

    Ou então se sentir assim:

    "É bom que seja assim, Dionísio, que não venhas.
    Voz e vento apenas
    Das coisas do lá fora

    E sozinha supor
    Que se estivesses dentro

    Essa voz importante e esse vento
    Das ramagens de fora

    Eu jamais ouviria."
    Hilda Hilst


    TEDESCO IRMÃO... DE QUE ADIANTAM SAPATOS PARA PÉS QUE SO SE CONHECEM DESCALÇOS?

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