29 de jul. de 2009

Sobre leitos e margens...

Ah! E existem as margens...

Margens que cercam o rio. Que prendem as águas e soltam a imaginação sobre o que habita ali.

Margens que assustam, às vezes.

Que limitam políticas. Que segura os homens, mas que não impedem o tempo (esse segue no leito, como as águas).

Margens que podem ser praias, trampolim, pousada. Barranco para emboscada ou palco para orquestra de aves.

Margem é segurança, fertilidade. Possibilidades...

E, no leito, o rio corre. E vai...

Podemos mergulhar, nadar, navegar. Mas não escolhemos viver no leito. Somo seres da margem. Sempre voltamos pra ela.

E, no leito, o rio corre. E leva...

Nossas angustias, nossa história, nossos erros isso fica. Tudo que é nosso fica com a gente.

No leito, o rio leva o que é dele. E o tempo...

Esse também vai com o rio. Em seu próprio leito.

Crescemos! Isso faz nossas margens parecerem menores (e em alguns casos estão mesmo. Em outros so resta margem! Não há mais leito...)

E continuamos em nossa margem. Com tudo que fizemos a ela.

Do outro lado, o desconhecido. Outra margem, sim. Mas só saberemos como é, quando atravessar.

Enquanto estamos aqui, o melhor a fazer é cuidar melhor dessa margem que nos acolhe.

E, se não vivo aqui sozinho, é necessário (re)aprender a compartilhar melhor cada espaço, cada alegria, cada prazer, cada raio de Sol e o perfume de cada flor que brotar aqui.

E no leito, o rio segue, contando novas histórias, desconstruindo o hoje para criar novos passados e nos permitir viver novos amanhãs.

...(?)... Será mesmo, no leito, que acontecem os movimentos?

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