31 de mar. de 2018


Vai longe o lugar
E o tempo ido.
O sentimento
a meninice.
Inocência?
(nem tanto)
                mas se foi também.
O riso fácil, ainda aqui
                Ilusão
a lágrima fácil,
se escondeu
disfarçou
Mas não secou,
inunda a alma,
                afoga o coração.
Casca de forte
fragilidade maculada
máscara trincada
rabiscos quase ilegíveis
sonata desafinada.
Como dançarino bêbado
Faço da avenida, corda bamba
da calçada, palco aberto
dos sentimentos, fria coxia.
Fora de cena, canto silente.
Grito em cores escuras e cintilantes
danço invisível.
Rio por nada,
choro por tudo.
Olho pra luz
                eu, sombra
Fito a amplidão
                aqui, esse aperto imenso.
O ocaso ri de mim
O relógio, ri
a rua segue
a poeira, suspensa, fica.
Olho e vejo,
Vai longe o lugar
E meu tempo,
perdido, não sei bem onde...

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