10 de set. de 2023

Reconstrução

Aqui estou, outra vez

Refazendo o exercício de me sentir em casa

Em lugar totalmente estranho.

Como os próprios sentimentos, às vezes.

E, outra vez, minha velha vida tenta se disfarçar de nova.

Pra me surpreender ou assustar.

E novamente ela consegue.

As novas ausências,

Agora muito presentes,

Preenchem,

Doem

Sangram...

Dor outras vezes sentida.

Lagrima matando, novamente, essa sede indesejável.

Quase reconheço o novo trecho

do caminho já trilhado.

Novamente o nó

O amargo

O salgado

O soluço

A solidão.

Miseravelmente experiente

Sei que o escuro vai passar

O ar, voltará aos pulmões

A leveza, aos momentos

E, quem sabe, aí

Nesse momento,

Nova entrega

Como quem não aprende a lição

Tantas vezes ensinada

Ou como quem assume,

Por escolha,

A opção pelo amor

O gosto pela paixão

E essa preferência

Pela certeza da imprecisão.

Novamente não foi pra sempre.

E, será um dia?

Queimando, como queimou

Tão intenso

Extraordinário

Infinito

Admirável foi o tempo que durou

Esse metafísico combustível

Me trazendo novamente aqui.

Onde nunca estive tantas outras vezes

De onde espero não sair

Mas, sabendo ser impossível,

Pra onde desejo não voltar...

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