O silêncio pesa,
Ensurdece,
Congela.
Na garganta, um
balão flutua,
Sufocando,
Impedindo o ar,
O choro,
A vida,
Matando.
Meu abraço, preso.
Talvez pra sempre.
Presos, todos nós.
Em casa,
Em nossos medos
Em cegueiras absurdas
Em esperanças incertas.
E a coroa se
impõe,
Subjuga,
Oprime,
Mata.
Mais uma vez uma
coroa mata.
Dessa vez, sem
bandeira
Sem distinção,
Sem fronteira a
defender
Nem a ampliar.
Apenas mata.
Meu lar virou
fortaleza.
Minha quietude,
resistência.
Ficar em casa, a
melhor ação.
E meu silêncio
grita,
Ecoa alto...
Por uma fresta,
com pouca luz,
Fito lá fora, que
o velho mundo não existe mais.
Independente das
vontades,
Da minha ou da sua.
À sombra da coroa
o mundo muda.
Aqui, rumino meu
balão
E tento sobreviver
ao peso desse silêncio...
Caiapônia, GO
12/05/2020
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