24 de dez. de 2011

Importância

Nasceu muito pobre, em um dos piores ambientes
Ainda bebê, se tornou fugitivo da justiça
Na adolescência se meteu em assuntos de adultos
E na juventude entrou no mercado quebrando tudo.
Vida tão comum em nossos dias.
Mas tudo isso se deu há mais de dois mil anos
E eu pergunto,
Teria chance Jesus, O Cristo, de ganhar um presentinho do Papai Noel?

13 de dez. de 2011

Mais uma mensagem de Natal


Está chegando o Natal.
É tempo de luzes, de alegria, de abraços fraternos, de gentileza, de sermos ...

Nossa, como são piegas todas as mensagens de Natal e final de ano, não é mesmo?
Sempre as mesmas frases repetidas. Sempre essa generosidade com data marcada. Os mesmos abraços dados com sentimentos gerados pelas propagandas na televisão. As mesmas músicas repetidas à exaustão, e o bombardeio de promoções nos levando a crer, que precisamos consumir ainda mais do que já fazemos em todos os outros meses do ano. E não se esqueçam dos votos cheios de palavras repetidas e vazios de sentimentos verdadeiros. E tem ainda as velhas promessas de ano novo, que já sabemos, antes mesmo de fazê-las, não serão cumpridas.
Não, não quero isso dessa vez.
E depois, isso de árvores com festão, fitas, luzes coloridas e piscantes, propaganda de refrigerante com urso branco, shoppings lotados e o mundo te mandando comprar, é muito bonito, mas nada tem a ver com o Natal.
Se você é cristão, como eu, sabe o que Ele pregou sobre justiça, fraternidade, generosidade, tolerância, perdão, amor e Paz. E sabe que Ele quis nos ensinar esses sentimentos e qualidades, para que os vivenciássemos na vida diária, todos os dias de nossas vidas, e não apenas em um período festivo. E eu falo apenas dos exemplos do Jesus homem. Afinal, mesmo que você não seja cristão, seja ateu ou agnóstico, não pode desconsiderar os ensinamentos desse grande líder.
Ora, uma pequena mudança no calendário não vai mudar minha vida. Nem a sua. O que pode mudar as coisas são as escolhas pessoais. E essas podem ser, e são, feitas a todo tempo.
Por isso eu não vou prometer nada para 2012.
Não vou parar de beber. Afinal, gosto de cerveja com amigos. E, enquanto isso estiver me fazendo mais bem do que mal, vou continuar escolhendo ter esses bons momentos etílicos. Claro, sem exageros
Academia? Nem adianta eu dizer que vou começar a malhar. Vou continuar com as aulas dança, isso sim, me dá prazer.
Novos cursos? Posso até fazer. Mas a prioridade agora é terminar o que está na metade, e vou terminá-lo por que comecei, e não apenas por festejar mais um réveillon.
Sei que em 2012 eu decepcionarei algumas pessoas, irritarei outras, chatearei, frustrarei e é possível que até ofenda alguém, mesmo sem querer. Afinal sou humano, cheio de defeitos e limitações, e continuarei sendo após o dia 31 de dezembro. Eu, você, todos nós.
Mas continuarei com minhas qualidades também. E continuarei gostando de ouvir, de estar com amigos, de poesias e boa música, de garotas bonitas, de bom humor, de forró e do Pessoa.
Seguiremos sendo quem já somos, somados às experiências adquiridas a cada novo dia, hoje e amanhã inclusive. E não apenas depois do dia 31/12.
Por certo teremos mais erros que acertos, mas fracassos que sucessos. Mas só quem tenta pode errar. E já sabemos que aprendemos também com erros e nas dificuldades. Por isso vamos tentar o novo, tentar de novo. Buscar o que queremos desde a infância, e ter novos sonhos.
Vamos ter motivos para sorrir e para chorar. E isso nos mostrará que continuamos vivos.
Sei que posso me apaixonar novamente pela pessoa errada. E posso não corresponder à paixão de alguém por mim. Afinal não controlamos nosso coração, esse insubordinado. Mas o importante é que teremos paixões para dar esse tempero delicioso às nossas vidas. E espero que todos nós possamos encontrar o grande amor de nossas vidas. E que isso aconteça mais rápido, para quem já viveu mais que Cristo, para que ninguém envelheça sozinho. E que demore um pouco mais, para os muito jovens, para que possam experimentar mais as possibilidades e amadurecer bastante antes.
Enfim, o que importa, e o que o mundo espera de nós, é que saibamos viver nossos dias buscando sermos melhores sempre. Melhores para nós mesmos, para quem está ao nosso lado e para quem nem sabemos que existe.
A magia das mudanças do calendário de nada nos valerá se não enxergarmos os pequenos milagres que acontecem a todo instante a nossa volta. Nenhuma promessa se cumprirá se não percebermos a forças que temos em nós. A Paz, da qual tanto falamos nessa época, nunca será plena, se não compreendermos que todos que vivemos nesse planetinha azul somos iguais e moramos todos na mesma, e única, casa. E que nossas ações tem consequências em todas as vidas e, por isso, o que fazemos a um semelhante, fatalmente retornará para nós. E não adianta vir dizer que não se acha semelhante àquela pessoa com cor de pele ou opção sexual diferente da sua, ou que crê em outros deuses, ou não creia em nenhum. Você é igual a todos, inclusive a mim. Você é sim. Todos somos. E o que nos torna tão iguais são exatamente nossas diferenças.
Então, meus amigos, eu desejo a vocês um pouco mais de fé a cada dia (mesmo que a sua seja na ausência dela).
Espero que você tenha prazer em ganhar e dar presentes, sempre. Sobretudo em momentos, e de formas, inesperados. E que isso nos faça bem, sem ser tentativa de comprar nossa tranquilidade.
Desejo a todos nós maior capacidade perdoar. Que sejamos mais gentis, generosos, tolerantes, caridosos e justos. Sempre.
Que sejamos capazes de tornar mais verdadeiros os sentimentos que manifestamos na segunda metade de todo dezembro e, principalmente, de vivê-las todos os dias.
Viva bem o seu agora, e seu depois chegará sorrindo.
Valorize e exercite seus talentos. Eles sim, te darão prazer e possibilidade de verdadeiro reconhecimento.
Cuide do planeta como cuida da sua casa. Afinal, isso ele também é (e, por favor, cuide bem da sua casa).
Não se esqueça, para que cada um de nós seja plenamente feliz, é preciso que todos sejam. E, isso é uma questão de escolha.
Feliz e próspero dia novo, a cada novo dia...

12 de dez. de 2011

Na nuvem

Com a pena digital,
Trago o texto para o contexto.
Já não tenho mais rascunho
Meu poema é hipertexto.

2 de dez. de 2011

Atendendo ao pedido do amigo/leitor Demerval, mais um trecho de "O Círculo de Loki"

(...)
A detetive Karine tocou a campanhinha e logo foi atendida por uma senhora simpática. Aparentava ter uns 75 anos, aparência certamente enganosa, culpa das grandes dificuldades que deve ter enfrentado por toda vida.
- Por favor, senhora, é aqui que mora o senhor Antônio Pedro Aguiar? - perguntou Karine.
- É sim! O ‘Toin Pedro’ mora aqui sim. -respondeu a velha senhora.
- Ele está?
- Ta, sim senhora. Por quê? - receiou-se a velha.
- Eu sou da polícia. Karine se apresentou mostrando o distintivo. E quero falar com ele sobre o roubo do carro.
- Ah bom! Vou chamá-lo - A senhora entrou. Minutos depois apareceu novamente à porta convidando os dois para entrar.

O senhor Antônio estava na sala. Sentado em um velho sofá coberto com uma napa amarelada, muito gasta. Na pequena sala via-se além do velho conjunto estofado de duas peças, uma estante de metal tubular e vidro, onde havia alguns bibelôs, garrafas de vinho e uma tv de 20 polegadas. Além de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida ao lado de uma pequena estátua de Pe. Cícero esculpida em madeira, com cerca de 15 cm. Senhor Antônio percebendo que Karine se deteve por muito tempo admirando a estátua adiantou-se.
- É que somos lá do Ceará. Devotos de Nosso Padim.
- Desculpe senhor Antônio. Só estava pedindo a benção - Saiu-se bem a detetive. Com essa demonstração de fé e respeito pela crença dos moradores, Karine desarmou o que podia haver de receio no velho casal, e ganhou a confiança deles.
- Senhor Antônio, como disse para sua esposa, sou da polícia. E estou aqui por causa do roubo do seu carro.
- Graças a meu Padim, já encontraram ele? - interrompeu o senhor Antônio.
- Não seu Antônio. Ainda não. Vim aqui porque o carro do senhor foi usado para fazer uma coisa muito ruim, lá em Goiânia. E como o senhor teve contato direto com os ladrões, gostaríamos de saber se o senhor consegue contar pra nós como eles eram. O senhor consegue?
- ‘Benhê’, traz um café pra moça e pro menino aqui - pediu o senhor antes de responder à pergunta.
- Olha minha filha, eram só dois. Mas, não deu pra ver o rosto deles, por que estavam com camisa amarrada na cara. Só ficavam os olhos descobertos. Mas, eles eram gente muito ruim. Não eram grandes não. Um era negro e muito calado, forte e nervoso. O outro muito falante, tranquilo e parecia muito frio.
- Teve algum detalhe deles que o senhor conseguiu perceber?
- Humm. A voz do negro é muito esquisita. Ele quase não falou, mas quando falou eu só não ri porque estava muito nervoso, e eles estavam armados. Só isso.
O café foi servido. Os quatro tomaram calmamente. Só o garoto dos desenhos repetiu.
- Sabe tava lembrando aqui. Não sei se ajuda, mas acho que o cabelo do rapaz branco é loiro. Mas, não é loiro de nascença não. É desses loiro tingido, sabe como? E ele tinha um desenho no braço esquerdo - lembrou o taxista.
- Um desenho? - animou-se Karine.
- É uma tatuagem, como fala essa gurizada.
- Isso é muito importante. E o senhor consegue contar como é esse desenho?
- Acho que ...
- Espere seu Antônio. O nosso artista aqui vai tentar fazer o desenho conforme o senhor for falando - disse Karine fazendo sinal para o perito se preparar.
- Pronto! - disse o garoto com papel e lápis nas mãos.
- Então, é uma cobra enrolada no corpo de uma mulher pelada. Em volta tem umas estrelinhas amarelas. A cabeça da cobra ta por cima da cabeça da mulher. Com a boca aberta e a língua de ‘furquia’ encostada na testa da mulher também. E a mulher ta segurando numa das mãos um punhal desses meio tortinhos, sabe?

O taxista terminou sua descrição e menos de um minuto depois o perito estendeu as mãos mostrando o resultado de seu trabalho. O humilde senhor Antônio deu um sobressalto de susto, tamanha a perfeição do desenho que via ali.
- É isso mesmo. Foi você que fez aquele desenho no braço daquele marginal, não foi? - perguntou assustado, já começando a temer por sua segurança, imaginando que esses dois fossem parceiros dos que levaram seu carro...

30 de nov. de 2011

Da série, cartas à Amigalidi

Metamorfoses necessárias


Ei amiga, olhe ao redor.
Veja que não findaram nossos sonhos.
Ao menos, não todos.
Alguns se transformaram, é verdade.
Mas continuam aqui conosco.
E nós continuamos aqui também.
Por onde quer que vamos, estaremos seguindo.
Sejam quais forem os caminhos, serão os nossos.
E, se São nossos, apenas nós os poderemos trilhar.
E o faremos.
Felizes ou não, com flores ou espinhos, acompanhados ou sozinhos...
Consequência das escolhas que fizemos, e ainda faremos.
Mas é preciso crer.
Necessário saber que a cada dia somos um novo ser.
Mas que essa nova pessoa é “apenas” a soma de todos que já fomos antes, somado ao que estamos fazendo agora, nesse exato momento.
Ninguém se faz do nada.
E nossa história nos acompanhará por toda existência.
Sendo mais que mera biografia morta.
Mas, como versos do poema, em eterna construção, que somos cada um de nós.
Então, querida,
Neste momento, e em todos os seus instantes,
Escolha ser feliz.
Independente das circunstâncias.
Afinal cada um conduz a pena do destino com as próprias mãos.
Faça florido seu caminho.
Tenha alguns espinhos, e fira-se às vezes, para se lembrar humana.
Mas prefira as flores, com seus perfumes, cores e texturas.
Seja crisálida de tempos em tempos, para se tornar, a cada nova etapa, a mais linda borboleta desse maravilhoso jardim, que é a vida.

28 de nov. de 2011

Sacrifício

Olhou-a uma vez mais.
Sentiu, mais uma vez seu perfume, vindo com o vento.
Ela chorava baixinho de tristeza e dor, e isso o entristecia.
Olhou para seus grandes olhos negros, agora vermelhos e inundados de lágrima.
Estava triste.
Em um último afago, acariciou seu rosto.
Ela sabia o que estava para acontecer.
Movimentou o rosto para prolongar aquele toque.
Ela beijou-lhe a mão, com saliva e língua.
Ele não conteve o sentimento.
Também chorou. E o fez como uma criança.
Afastou-se um pouco.
Ela quis segui-lo. Ele disse que não viesse.
Alguns passos, ele virou-se.
Ela ergueu os olhos, e acenou, como quem se despede.
Cada gesto dela, aumentava sua tristeza e fazia mais forte seu choro.
Ele tentou secar as lágrimas.
Fixou o olhar.
Levantou a mão direita, apontando-lhe o velho revolver 22.
Ela não reagiu.
Apenas murchou as orelhas cansadas, e deu uma última agitada na cauda (Por certo tentando demonstrar uma felicidade que, ele sabia que ela não sentia. Apenas para amenizar sua culpa).
Com esforço ele disparou.
Um tiro certeiro, no olho direito.
Ela não latiu, nem uivou.
Apenas caiu.
Ele não pode evitar.
A doença ficou grave demais.
Eles fizeram tudo que puderam mas, no estágio que chegara, tentar mantê-la viva, só garantiria muito sofrimento.
Foram os próprios veterinários que recomendaram o sacrifício.
Ele, chorando como não se lembrava de já ter feito, enterrou sua velha amiga.
Enquanto colocava a pequena placa sobre a cova, ele ia pensando em como explicar aos seus dois filhos que a Tina não voltaria mais pra casa.
A cadela já estava lá quando o primeiro filho nasceu, há oito anos, sempre esteve com eles, em vários momentos estando mais presente que os pais, na vida das crianças.
Após tudo acabado, ele olhou para o horizonte.
O Céu começava a se colorir de violeta, ao entardecer.
Uma brisa soprava leve.
Ele fez uma prece (buscando conforto para sua própria alma).
Respirou fundo, ajeitou os óculos nos rosto e,
Foi embora cantarolando uma velha canção sobre amizade...

8 de nov. de 2011

Opção

Nem por decreto ou opressão,
Nada prende meu espírito.
Sempre livre na poesia,
Navegando na canção.

Ser assim é um principio,
Livre por natureza,
E insubordinação.
Como guia a consciência,
Como barco, a intuição.

Descompassados

Parecia música sertaneja.
Rimas fáceis,
Frases simples,
Ritmo dançante.
Parecia sertanejo.
Mas veja você,
Como em uma música do Oswaldo,
Era a vida.
Era real.
A dele e a dela.
Quase foi a deles,
Mas desafinaram,
Atravessaram a melodia,
Desafinaram.
Encerraram, bruscamente, a canção.

Parecia sertanejo.
Podia ter dado rock,
Balada pop,
Um bom xaxado,
Roda de samba
Ou grande clássico.
Mas que pena, não são músicos.
Foram palhaços.
Por isso hoje, como pierrot,
Não cantam, choram.


25 de out. de 2011

Veja...

Olha-me.
Por favor, olha-me!
Olha-me e veja o que há.
Olha-me com cuidado.
Não, não precisa ter medo.
Nada há que te seja assustador,
Também não se encante.
Olha-me, te peço.
Mas olha desarmada,
Sem pressa,
Nem pena,
(Não se engane, nunca estarei triste, e minhas lágrimas estão sempre sorrindo, pois caem por você).
Olha-me sem mágoa,
Sem análises científicas,
Ou psicológicas.
Olha-me apenas.
Como se olha as estrelas no infinito,
Ou o sol se pondo, no mais belo entardecer.
Olha-me como se olha para vida
(ou como se devia olhar).
Olha-me como quem olha pra si mesmo.
Olha-me como quem procura,
Será fácil encontrar.
Se me olhar, verás beleza.
Pois de tanto te olhar,
Meus olhos, como bom espelho que são,
Refletem você,
Por ser linda,
Por, simplesmente, te amar...

ID

Não que seja dor,
Não é.
E não é saudade, dessas comuns que sentimos sempre.
É outra coisa, mais forte, com sabor, perfume, textura e calor...
E não é que eu queira saber por onde andas.
Só queria entender por quais motivos você insiste em ocupar meu peito.
Não que eu não goste da primavera,
Pois muito a aprecio.
Apenas não entendo essa sua mania de estar presente a cada perfume que sinto,
A cada flor que admiro e a cada pássaro que ouço.
E a lua que cismou em tatuar seu rosto,
Só para mostrar você pra mim.
Até o brilho dos seus olhos me chegam sempre,
A cada manhã, com o Sol tentando imitar você.
Mas não é dor, já disse.
E, apesar de tudo que tenho,
É esse vazio, o que mais me preenche.
Trazendo inclusive, creia, alegria e cor.
Me acostumei à sua companhia constante,
Que já é normal ter você,
Mesmo se com outra faço amor.
E nem quero mais te encontrar.
Pois já acho mesmo
Que já sou tão você
Muito mais que a mim...

23 de out. de 2011

78 anos de história e o futuro nos cobra mais protagonismo

Em mais um aniversário de sua fundação a cidade de Goiânia, enquanto ser impessoal e nada inanimado, se mostra como uma entidade paradoxal. 

Planejada por Atílio Corrêia Lima, para comportar 50.000 moradores, a cidade fundada por Pedro Ludovico, somava mais de 1.300.000 habitantes, quando do fim do arrolamento censitário de 2010 realizado pelo IBGE. E, no início de julho desse ano, setores da administração municipal e, evidentemente, as concessionárias e revendas de veículos, comemoravam a marca de um milhão de veículos licenciados na capital dos goianos (veja, que há cerca de 0,77 veículos por habitante). 

Simpática por natureza, a cidade mantêm suas raízes interioranas, a forte relação com o Cerrado, história breve porem rica, grande efervescência artística e cultural, algumas boas instalações públicas, povo simpático, com esse jeito “bariânico” de ser. Além de possuir muitos parques, lagos e áreas verdes urbanas, e o maior de todos os parques ainda está a caminho (conforme divulgações da prefeitura, as obras de implantação do Parque Macambira-Anicuns devem começar em breve), e nós, que já temos um dos maiores índices de área verde urbana do país, provavelmente chegaremos ao topo, nesse quesito. Todas essas características fazem de Goiânia uma das melhores cidades para se viver do País (para mim, do mundo) 

Por outro lado, ao longo desses 78 anos a cidade cresceu. Tornou-se uma grande metrópole e viu alguns problemas serem gerados sem que soluções efetivas fossem implementadas. Tornou-se pólo industrial, têxtil e universitário. Possui setores com alta densidade populacional e bairros tão distantes do centro quanto da presença do Estado. Estabelecimentos comerciais, educacionais, religiosos e de lazer noturno instalados em bairros eminentemente residenciais, contrariando o bom senso e levando desconforto a quem mora em seus arredores. E, claro, ruas e avenidas superlotadas de veículos (experimente circular pelos arredores do terminal rodoviário sábado à tarde, ou na região dos bares do Marista em qualquer noite, e vai entender). 

Inúmeros exemplos nos mostram que precisamos ter cuidado, para que sejamos capazes de evitar o estrangulamento de Goiânia e sua região metropolitana. 

Obedecendo as orientações do Estatuto das cidades e, espero que, buscando ordenar a confusão presente, e evitar o caos eminente, aprovou-se em 2007 a Plano Diretor. A cidade completa 78 anos. Seu plano diretor tem apenas quatro. Um jovem estatuto, que é um bom documento de orientação, e que, por sua natureza, é bom que seja capaz de evoluir (como partes da cidade não foram). Nesse momento está em discussão, na câmara de vereadores um projeto de lei de grande importância para o bem-estar de todos que vivem em Goiânia. Trata-se do Projeto de Lei Complementar 21 de 14 de setembro de 2010. Na verdade a discussão está acontecendo devido ao fato de o prefeito ter vetado o citado projeto, já aprovado pelos vereadores. Estes agora se organizam para derrubar o veto. 

Este projeto que propõe uma pequena alteração no texto da Lei Complementar 171 de 29 de janeiro de 2007, em sua Sessão III, artigo 94, e as Leis 8645 e 8646 de 23 de julho de 2008. Com a proposta, os empreendimentos residenciais em áreas acima de 5.000m2 passam a fazer parte do conjunto de empreendimentos e atividades dos quais se exigi Estudos de Impacto de Vizinhança e Estudos de Impactos de Trânsito. Pequena alteração no texto, com grandes implicações. 

Mas, o que a população sabe sobre tal projeto, e essa discussão? Não sabe. A grande maioria não ficou sabendo quando o mesmo foi elaborado, e não faz idéia que foi vetado. E, por ter reflexo direto na vida de todos os habitantes do município, acredito que todas as pessoas deveriam participar dos estudos, debates e elaborações. Não trata-se de um direito, é mais uma obrigação. 

Pessoalmente sou favorável ao projeto, na verdade acho que a alteração deveria retirar da lei o § 2º do artigo supramencionado, uma vez que não é difícil encontrar igrejas, de todas as denominações, causando transtornos no trânsito e gerando ruídos acima do aceitável. Mas não vou fazer a defesa do vereador que o propôs, nem do prefeito que o vetou. Quero é defender maior participação popular na elaboração das políticas públicas. E que, leis dessa natureza não sejam apenas pretexto para as medíocres disputas partidárias, mas que sejam elaboradas com responsabilidade, embasamento técnico e profissionalismo. Que sejam incorporadas às políticas de Estado, que sejam implementadas de fato, ou como dizem os gringos e está na moda entre os consultores, que haja o enforcement, e que valha para todos, sem privilégios ou favorecimentos espúrios. Só assim os netos dos nossos netos terão tanto orgulho, e prazer, por viver em Goiânia quanto temos hoje.

13 de out. de 2011

Erros


Era pra ter sido beijo, o silêncio que foi.
Devia ter sido abraço, a frieza sentida.
Era pra ter sido sorriso, não a tristeza explícita.
Era pra ter sido palavras carinhosas,
não a mágoa que tinham no olhar.
As mãos deviam afagar, não acenar o adeus.
Deviam ter sido companhia, não separação.
Era pra ter sido ponte, não encruzilhada.
Agora seria felicidade presente,
não essa lembrança triste.
Mas não souberam se entender
Erraram a dose.
Não souberam se dar,
Ou se deram sem medida.
Interromperam a canção
Mudaram a rota,
foram cada um em uma direção.
Se perderam do riso,
Se afastaram da alegria.
O arrependimento veio tarde.
Nunca mais se encontraram.
Vivem tristes, perdidos em algum lugar.
Só restam lembranças.
Nunca mais foram vistos juntos.
Nem separados...

12 de out. de 2011

Explicando

Nos últimos meses uma coisa deu errado.
É que tentamos, eu e alguns amigos, editar um blog, falando de coisas de homens.
Seria o TPMen,
mas o projeto não engrenou, ao menos não nesse momento. E falhou por vários motivos.
Isso não importa.  O fato que é que, nessa proposta eu assinaria a coluna "Coisa de homem", e em agosto eu postei os três textos abaixo (Vamos dançar, Ereção e Sobre lutas verdadeiras e falsas conquistas). Como a coisa lá não "vingou" resolvi trazer para cá.
Agradeço a compreensão e as críticas.
Abraço

Ereção

Eu aqui falando de coisas de homens e eis que me vem à mente uma das que é a mais tipicamente “coisa de homem”. Estou falando da ereção.
Bom, vou dispensar a frescura e as formalidades, e falar de forma simples e direta.
Ereção é coisa de homem. E, geralmente, é bem vinda e motivo de alegria e prazer. No entanto há momentos em que ela ocorre, que nos causa desconforto e constrangimento. Claro, se não ocorre quando se espera, também causa frustração para o casal, e constrangimento para a maioria de nós, homens.

Algumas coisas nos provocam o erguimento do membro fálico. Quase todas elas estão ligadas à excitação sexual.
Ouvir obscenidades, beijos quentes, carícias ousadas, uma bela mulher empenhada em nos provocar são alguns motivos provocadores de ereção, no caso bastante esperada e desejada.
Uma mulher bonita que passa provocativa; a lembrança de uma boa aventura sexual; recados obscenos; aquela colega de trabalho, gostosa, que inesperadamente nos aborda no meio da tarde, cheia de segundas intenções. Esses são outros motivos que podem levar ao intumescimento. Ler de contos e ver filmes eróticos e/ou pornográficos também pode causar o inchaço da glande. Tem ainda a boa e natural ereção causada para conter a urina, quando a bexiga quer expulsar e não temos como promover a liberação (fato que faz com que acordemos com paudurânça quase todas as manhãs).
Todos esses são motivos ligados diretamente a sexualidade, ou defesa biológica. E é normal que os vasos sanguíneos e corpo cavernoso desse membro masculino sofram alterações em todas essas situações. Mesmo que, por vezes nos coloque em saia justa (Humm, se estou falando de coisa de homem, e não estamos na Escócia, melhor usar outra figura de linguagem. Que seja...), nos deixa de calça curta.
Até aqui nenhuma novidade, certo? E, mesmo nos momentos mais impróprios, quando ocorre pelos motivos supramencionados, é aceita com certa naturalidade.
Há porém uma situação, em se tratando de eventos relacionados à paudurescência, que é incomodo, desconfortável, indesejado, sem propósito, descabido, fora de contexto e idiota. Mas bastante recorrente (estou sendo redundante para tentar aproximar do quão desagradável a situação é).
Estou falando das ereções homéricas que nos acomete quando estamos na platéia de uma aula, palestra, seminário, apresentação e alhures, e que a coisa está insuportavelmente chata, causando aquela sonolência quase incontrolável. Ficamos lá, sentados, não conseguindo ouvir nada que a pessoa está dizendo ou mostrando. Lutando heroicamente para não sermos vencidos pelo sono e, para piorar muito, nós homens temos que conviver com potentes ereções. Daquelas que todos aqueles e-mails chatos, que lotam nossas caixas de entrada, prometem nos vender.
Vocês, mulheres, não tem idéia do que seja isso. Se o evento enfadonho for longo, e a sonolência não for passageira, o pobre cidadão sairá do auditório sem ter captado nada que possa ser útil em sua vida, pois estava praticamente dormindo, e com uma possível dor. Sim, dor mesmo, pois não estou falando de uma ereçãozinha qualquer. Não se trata de ficar meia-boca, como dizem. E sim, doe.
Ah, e não importa quem esteja falando. Se homem, mulher, jovem, velho, hétero, gay, gostosa ou baranga. Tanto faz. Basta não conseguir empolgar a turma, e tornar a apresentação/aula, cansativa.
Tenho certeza que algumas professoras, ao tomar conhecimento desse fato, vão desejar provocar na cama, em seus parceiros, o mesmo efeito que causam em seus alunos, durante suas aulas.
Não sei se todos os homens já se observaram nesses momentos, e se perceberam essa ocorrência enrijecente. Claro, não posso afirmar que acontece com a totalidade absoluta dos homens. Mas, desde que, graças a meu amigo Ednaldo Barros, o Marelo, eu descobri que esse fato acontecia não apenas comigo, venho fazendo uma observação cientificamente descompromissada, mas dedicada. E, com base na declaração de todos os homens a quem me ocorre perguntar, posso dizer que esse mal acomete à grande maioria de nós.
Acho, inclusive, que uma boa forma de aferir a qualidade de aulas, palestras e afins, seria monitorar a quantidade de ereção provocada na platéia.
Portanto, se durante uma apresentação sua, você perceber que alguns homens da platéia estão portando uma espada em riste, não se anime. Apesar de ser por sua causa, pode não ser pelos motivos que você desejaria. Ao invés de interessante, você pode estar sendo muito, mas muito chata mesmo.

Vamos dançar


Tirei a poeira dos meus Capézio nº 37. Sim, meus pés calçam 37 (ou 38, dependendo das medidas de alguns fabricantes). Eles estavam bastante empoeirado, quase abandonado. Quase 4 anos sem ser usados. Teve até quem quisesse jogá-los fora, ou encaminhá-lo para doação. Felizmente não cedi. Hoje não teria os sapatos, nem a pessoa, já que aquele relacionamento acabou. Ainda bem que os mantive.
Ele, pobre par de calçado de couro preto, ficou esquecido no último espaço da sapateira. O último ano, após mais uma mudança de arrumação da casa, ele foi protegido por uma caixa de outro sapato qualquer. Mas permaneceu lá, sem ser utilizado.
Mas, eis que finalmente eu recorro a ele novamente. E ao pegá-lo, sou tomado por essa saudade. Lembrança de como gosto de dançar. Dos tempos em que gastava várias sapatilhas 37, lá em Mineiros, nos velhos Bailes do Pavip, festas na quadra do Colégio José de Assis ou festa Junina do Coronel Carrijo. Quase sempre com a boa companhia da amiga, e parceira de dança, Lorena Oliveira.
Quero dançar novamente, e por isso estou resgatando meu Capézio. E, ao resgatar, recupero essa parte de mim, que foi deixada de lado, por tanto tempo.
Gosto de dançar. Não sei (apesar de que, lá no Pavip, eu tinha certeza que dançava muito). Mas gosto. E há uma semana, depois de tanto protelar, retomei as aulas.
Dança de salão, que fique bem claro.
Não, não serão as boas aulas de tango, que animaram meus últimos meses em Mineiros. Aquelas não farei mais. Tango apenas com querida amiga Cynthia, de quem ganhei o par de sapatos de que vos escrevo. E ela está muito distante agora (que fique registrado, ela prosseguiu dançando, aprimorando a técnica e, principalmente, se divertindo muito ao dançar sempre que pode, o tempo todo...). Por enquanto minhas aulas serão de forró e zouk. E, podendo praticar esses dois ritmos, ou mesmo apenas o bom e velho xote, já serei um homem ainda mais feliz.
Confesso, tenho saudades do tango. Tenho saudades da parceira-amiga. Tenho saudade da alegria por cada nova sequência dominada.
Do Pavip, ginásios, salões comunitários de Mineiros, onde sempre havia festas, e onde eu podia dançar meu forró, claro, também tenho saudades.
Até dos “arrastapés” ao som de sanfona, triangulo e zabumba, que aconteciam lá na “Baixadinha”, ou no Cedro, nos meus tempos de criança, esse par de sapatos me lembrou. E olha que isso faz tempo.
Voltei a fazer aula. Pretendo voltar a sair para dançar com certa frequência. E, pretendo fazer isso porque me faz muito bem. Me traz alegria. Acho que funciona para mim, da mesma forma que pedalar funciona para o Neto, Jogar vídeo game para o PH ou tocar guitarra para o Eduardo.
Dançar me faz bem. Eu realmente gosto.
E não faço isso pensando em “pegar mulher”, como alguns caras (alguns amigos meus, inclusive), dizem. Claro que isso pode acontecer, pode até ser facilitado, se eu souber dançar. Mas será muito mais consequência de minha alegria, do que de planejamento prévio. Não é esse o propósito.
A dança pelo prazer da própria dança. É isso que quero recuperar agora. Porque isso também é coisa de homem, e porque é como recuperar parte de mim.
Esse par de sapatos, presente de uma amiga queridíssima, será meu grande aliado nesse importante resgate. Por isso tirá-lo da caixa, e calçá-lo novamente, foi tão significativo.
Dito isto, e já tendo recuperado o fôlego e tomado uma água, o que me diz, dança comigo?

Sobre lutas verdadeiras e falsas conquistas


Amiga Lidi me envia um texto do Ivan Martins, editor-executivo da revista Época, intitulado “Solidão Contente”.
O texto fala do fato de as mulheres serem felizes sozinhas. Que nem sempre, segundo o autor, a solidão é falta de opção mas, em muitos casos, é a opção da mulher.
Cara Lidi, gostei do que li. O Ivan escrever de uma forma suave, que torna a leitura muito leve e atraente (confesso que nessa linha, ainda prefiro os textos do Fábio Hernandez). Mas, quanto ao conteúdo, concordo apenas em partes com ele.
Sei que as mulheres se bastam muito mais que nós, pobres seres dotados de testículos. Sei que vocês, são muito cheias de coisas, com as quais se envolverem, aí mesmo, dentro de vocês (dentro não necessariamente de seus corpos, mas de seus mundos pessoais). Já nós, fomos esquecendo essas “coisas” pelo caminho, ao longo dos anos, desde que surgimos nesse torrão azul, ou desde que tivemos uma costela extirpada e ganhamos uma companheira.
É verdade que mulheres gostam de passar horas cuidando de si mesmas. Que se divertem com seus cremes, alicates, pinças, esmaltes e blanches. Que podem ficar o dia todo na companhia de um livro, e a noite abrir uma garrafa do seu chileno preferido, e tomar vendo filmes na TV, apenas consigo mesmas.
Quem, em nossos dias, ainda não saiba que isso é verdade? É, eu sei, muita gente. Melhor dizendo, muitos homens (e, também, algumas mulheres). Mas basta observar com atenção que todos podem perceber esses momentos de felicidade solitária, ou de “solidão contente”, como o Ivan chamou.
No entanto, minha amiga, uma observação mais cuidadosa ainda, vai revelar outras características de muitas mulheres dos nossos dias.
O mundo mudou. Nós mudamos com ele. Mas vocês, mulheres, mudaram muito mais que nós. Uma coisa porém não pode ser ignorada. Em nossos dias todos competem com todos.
O mundo moderno, leia-se mercado capitalista, se transformou em um campo de batalha mais cruel e mortal que as antigas arenas romanas. E está nos tornando animais capazes de tudo para sermos os vencedores a cada batalha/dia.
Nem sempre o destino do derrotado é a morte, e nem sempre o prêmio do vencedor é algo que engrandeça (nos contentamos com reconhecimento fugaz e vazio, e com bugigangas caras, e sem nenhum valor). E, às vezes para ser premiado, é necessário perder. Perder a dignidade, o amor próprio, o respeito, o caráter, os valores e princípios e a chance de fazer diferença na construção de um mundo melhor.
E eis que aqui estamos. Cheios de coisas pra fazer. Sem tempo para a família, para os amigos. Sem tempo para almoçar tranquilamente ou para ouvir um amigo. Enfim, não temos tempo para sermos felizes. Temos que correr. “Afinal, tempo é dinheiro”, certo?
Acontece, porém, que o homem sempre foi dado à competição. Afinal vem sendo distorcido e moldado ao longo dos tempos. Já a mulher não. Isso para vocês, é coisa nova. Mas já que lutaram por igualdade, não podem decepcionar, não é mesmo? Precisam dar o melhor de si. Precisam ser competitivas e competentes. Tem que corresponder.
Mas, corresponder a qual expectativa? Não decepcionar a quem? Claro, se eu parar para ouvir as respostas a essas duas questões, vou ouvir variações do mesmo tema. E vou ouvir respostas diferente também, claro. Mas minha observação mostra que a maioria dará respostas que apontem para coisas externas a elas. E, quando é diferente, percebe-se que está caminhando em direção errada. Afinal de contas, como já assinalei, nossos esforços buscam comprar nossa felicidade e realização em coisas que não podem nos fazer felizes de fato.
E toda essa competitividade, e busca por igualdade, tem tornado as mulheres seres muito menos emocionais e afetivos do que já foram um dia.
Sim, toda mulher precisa de um tempo só pra ela. Carece passar um tempo em sua própria companhia. Se curtir. Ouvir seus sentidos falando sobre como estão percebendo o mundo. Auscultar seu corpo e sua alma feminina, conhecer melhor a nova mulher que é a cada dia e, assim, poder analisar os caminhos pelos quais anda caminhando. Acontece que a mulher moderna, essa competitiva, que tanto agrada ao mercado tem optado cada vez mais pela solidão. E essa opção deixou de ser totalmente voluntária. É muito mais uma construção mercadológica. Na mesma proporção, a solidão perdeu assas dimensões lúdicas, terapêutica, saudável. De diálogo introspectivo, autoconhecimento e crescimento interior. Os fones de ouvido e sons estridentes não permitem que se ouça as vozes do seu silêncio, não é? E têm os celulares que não podem ser desligados, os e-mails que não param de chegar, os anúncios lhes dizendo como devem ser e o que precisam comprar. É, cada vez mais se fica sozinha, sem a própria companhia.
Os homens há muito se tornaram máquinas. Meras ferramentas de produção. As mulheres estão se tornando agora. E, por mais que eu procure não ser machista, e defender as lutas por igualdade de direitos, e pela “emancipação” feminina, não consigo fazer de conta que não percebo os efeitos colaterais desse movimento, e todas as consequência danosas para toda sociedade, e para o planeta. Já escrevi algumas vezes, e disse tantas outras, que a parte das grandes mazelas sociais que experimentamos hoje, tem origem exatamente aí, nessa luta. Não nas conquistas, mas em como temos encarado tudo isso. Não vou abordar esse ponto. Esse viés fica para outra divagação.
O foco aqui é a felicidade. Ou melhor, a distorção do que venha a ser felicidade, sua grande ausência e enorme dificuldade em encontrá-la hoje.
Vejo mulheres bem resolvidas, independentes, cultas, cheias de conhecimento e desenvoltura, se firmando como diretoras de empresas, coordenando grandes projetos e se elegendo presidente (de escola de samba, de corporações, de clubes de futebol e do Brasil). Mulheres que estão sempre mostrando firmeza e autoconfiança, se o local é seu trabalho e se o assunto são os negócios. Mas que se mostram meio perdidas, se precisam lidar com a família, com amigos. Conheço também jovens lindas, gostosas, sedutoras, que sabem fazer caras e bocas, dançam nas pistas de toda noite, e “pegam” todos os caras que querem. Mas que é melhor não olhar para seus olhos, pois será fácil perceber a presença constante da tristeza. Tristeza que está presente nos olhos executivos, de grande maioria das grandes profissionais.
Mas, quem sou eu para expressar essas coisas, não é mesmo? Ta certo, não sou sociólogo, historiador, nem sexólogo, psicólogo, olheiro de agência de moda. Também não sou cafetão, diretor de empresa de recolocação profissional, nem jornalista barato, como se intitula Fábio Hernandez (Humm, pensando acho que isso posso dizer que sou, afinal meus escritos não me rendem nenhum dinheiro, e jornalista, bem vocês sabem, STF, tal...). Sou apenas um homem que reconhece a força da mulher, e por isso mesmo se entristece ao ver tristezas em seus olhos.
Mas também sou homem de me emocionar. De chorar de alegria e de tristeza. De sentir saudades e ligar pra ouvir a voz. De querer sexo pela manhã ou apenas companhia tranqüila. E de querer ficar sozinho às vezes. Fazendo nada comigo mesmo. Cuidando de mim. Lendo ou brincando com o Putz e a Capitu. Vendo bobagens na TV e, ouvindo o que eu tenho para me dizer. Sabe por que, amiga Lidi, porque, apesar de termos nos esforçado para nos estragar, nos tornando os seres quase disformes que somos hoje, nós homens ainda mantemos parte da nossa essência. E essas necessidades, e capacidades de ficar sozinho, também existem em nós.
Gostar da própria companhia, querida, também é coisa de homem.
E, independente de ser conosco mesmos, ou com os outros, está mais que na hora de resgatar a qualidade de nossas relações.

1 de set. de 2011

Não somos reféns, pois a Terra não é nossa inimiga


Gosto de ler.
Letras, palavras, pessoas...
Somente através da leitura é que se pode conhecer e compreender o mundo. Seja o mundo imediatamente à sua volta ou todo esse mundão de meu Deus.
Pena estarmos perdendo, em ritmo de progressão geométrica, a capacidade de leitura.
A verdade é que não gostamos de ler. Não aprendemos na escola. Não somos incentivados em casa, e o sistema prefere que não saibamos mesmo.
E, se não sabemos ler palavras escritas, sejam em revistas de fofocas, jornais diários ou obras clássicas da literatura, muito menos somos capazes de ler os fatos ao nosso redor. Leitura analítica da conjuntura é coisa para cientista social e político. Não cabe a nós, certo?
Fiquei com muita vontade tratar desse tema, hoje aqui. Mas só citei o gosto pela leitura, e a necessidade que temos de ler, para dizer que essa é uma das formas que uso para observar as pessoas. E tai outra coisa que gosto de fazer, observar as pessoas. Não individualmente, como mexeriqueiro. Mas os comportamentos sociais. Afinal a produção literária reflete bem a evolução moral e intelectual do seu tempo. Ou seja, as uma sociedade escreve aquilo que vive. Ponto.
Por isso se aprende sobre as pessoas lendo tudo que está sendo escrito em cada geração, em determinada localização geográfica.
E, aqui em Goiânia, o Diário da Manhã é um bom espelho a refletir o que pensam as pessoas que vivem aqui, em nossos dias. Afinal o espaço aberto para que as pessoas comuns possam se expressar funciona meio como janela democrática em meio à pressão financeira que mantêm os meios de comunicação. Por isso, e por estar totalmente aberto na internet, me permitindo lê-lo “na faixa”, há tempos essa tem sido uma leitura diária obrigatória.
Às vezes me surpreendo com o que encontro nessas páginas. Às vezes me aborreço, às vezes me alegro, sempre me informo e muito aprendo sobre nós. Na última terça-feira (30/08/2011), dois pequenos textos de leitores, na mesma página, me chamou muito a atenção. Um bom artigo sobre Steve Jobs, e um comentário de 3 pequenas linhas sobre o furacão Irene.
Em seu comentário, o leitor Fernando Borges disse, literalmente, o seguinte: "É impressionante como o furacão Irene provocou destruição. Realmente, somos reféns da natureza". Vejam, caros leitores, ele reconhece a força da natureza, se mostra admirado com o que essa força pode fazer. Ao leitor Fernando ocorreu a percepção de que existem forças bem maiores que todo poder que se pode comprar. Percepção essa que a maioria de nós ainda não tem.
Até aí tudo bem. Bastante louvável, inclusive. Devemos nos alegrar sempre que uma pessoa adquiri um nível de consciência mais elevado.
Ocorre porém que ao encerrar sua manifestação, o leitor explicita algo que, de certo modo, representa a triste relação que a grande maioria da humanidade acredita ter com o planeta. Veja que ele diz “... Realmente, somos reféns da natureza". Confesso, isso me entristeceu um pouco.
Uma olhada rápida em qualquer dicionário e você, se tiver alguma dúvida do significado da palavra, vai confirmar que o termo refém diz respeito à relação de alguém com um inimigo. Quer seja a pessoa que se entrega para garantir a integridade de outrem, ou aquele que é seqüestrado, com o objetivo de obter o pagamento de alguma quantia, por seu resgate. Mas o fato é que trata-se da relação com um INIMIGO. Com o qual você não quer estar, e com quem corre grande risco.
Ora, olhando daqui, de onde olho, não é o que me parece.
Tudo bem, eu não sou delegado de polícia, juiz, advogado, seqüestrador, banqueiro, fiscal da receita federal, negociador da polícia nem apresentador de programas sensacionalista na TV. Mas posso opinar sim, e posso porque aprendi, com alguns bons mestres, que somos filhos da Terra. Que estar aqui é um privilégio, e não um castigo. E, exatamente por isso, precisamos aprender a tratar bem esse planetinha azul, que é a única morada disponível para nós, nessa nossa etapa.
Há tempos que, sempre ao falar de solidariedade, eu falo que já é quase passada a hora de começarmos a ser solidários uns com os outros, seres humanos, mas também com todas as demais formas de vida com as quais convivemos e das quais dependemos.
O que chamamos de catástrofes, talvez seja apenas a Natureza respondendo a todos os nossos ataques e agressões. E, por certo não é respondendo por vingança, mas para equilibrar as coisas na superfície, e nos chamar nossa atenção para a forma errada que estamos nos comportando.
Podemos nos considerar filhos, irmãos ou companheiros da Terra (natureza). Mas não somos reféns, afinal ela não é nossa inimiga. Ao contrário, é ela que nos oferta tudo que precisamos para viver e desenvolver. E ela nos oferece apesar de nós, apesar de como a temos tratado. Tudo que ela espera é que saibamos aproveitar com sabedoria e respeito. Respeito a todos os iguais, e a todos os diferentes. Afinal se vivemos na mesma casa, é bom que vivamos em harmonia. Concorda?
E, afinal, o que o artigo sobre Steve Jobs tem a ver com isso? Você pode estar se perguntando. Bem, como disse, o artigo ficou bom mesmo. O coordenador de MBA Marcos Hiller fez justiça à mente inquieta e genial do criador da Apple. No entanto, e também no fechamento, ele perde a oportunidade de encerrar brilhantemente seu texto, e se permite demonstrar o grave senso comum. Ao dizer que "... A verdade é que eu não preciso de iPad 2, mas tenho de ter ..." , ele assume uma das faces mais egoístas do ser humano que, preocupado apenas com seu bem-estar pessoal e momentâneo, sequer lembra de onde vem os recurso para produzir todas bugigangas tão desnecessariamente vitais.
Não sou eco-chato. Sei que os avanços tecnológicos são importantes e bastante úteis. Estou dizendo apenas que, se eu não tenho um equipamento, que eu possa escolher o que há de melhor. Mas se já possuo um, que eu prolongue sua vida útil o máximo possível, afinal, cada placa, ou parafuso, será feita com parte do corpo de quem nos sustenta em seu colo/superfície.

16 de ago. de 2011

Sobre mortes e distúrbios

O mundo lá fora está pegando fogo. É economia maluca, filhos de Odin matando em nome do Deus cristão, o Mano que não ganha uma e o PMDB minando completamente o Governo Dilma. Enquanto isso eu aqui, aproveitando este espaço, e seu tempo precioso para compartilhar esse meu humor meio negro e muito sem graça. Mas já que me permitem...
Me lembro como se tivera sido ontem.
Era sábado, já quase no final da tarde eu precisei ir à casa de um amigo, o Birrinha. Por estar no caminho, e para aproveitar melhor minha saída de casa, passei na casa da minha namorada da época. Eu e ela morávamos bem na “baixadinha”, e o Birrinha no limite desta com o Setor Oeste, lá em Mineiros, extremo sudoeste de Goiás.
Bem, não me lembro o que iria fazer com o Birrinha, nem o que fiz com a Kátia (além de alguns prováveis beijos). Também não me lembro o que fiz na noite daquele 04 de novembro de 1995. Mas nunca consegui esquecer o estranho sentimento que me acometeu ao receber a notícia da morte de Yitzhak Rabin. Estranho pela forma como me abateu, e mais estranho ainda pela intensidade do sentimento.
Ainda estava na casa da namorada, quando a TV noticiou o assassinato do Primeiro-Ministro de Israel. Não sei hora exata em que aconteceu o atentado. Mas eu fiquei sabendo perto das 19 horas, no fuso horário lá da “baixadinha”. Foi instantâneo. Minha companheira notou fácil minha mudança de humor. Chegou a dizer alguma coisa, tentando me manter animado. Ela, certamente, não entendia como a notícia da morte de uma pessoa tão distante de nossa realidade estava me afetando tanto, e de forma tão fulminante. Confesso que eu mesmo não entendia (acho que ainda não entendo bem), mas o fato é que aquela morte me abalou muito.
Não deixei de ir à casa do Birrinha, mas preciso confessar, no caminho não consegui conter as lágrimas. Sim, caro leitor, eu chorei quando Yitzhak Rabin morreu. Não exatamente por ele, eu acredito, mas pelo símbolo em que havia se tornado. Símbolo que estava se fortalecendo. E chorei ainda mais por sentir (veja que eu disse sentir, coisa de percepção sensorial, e não de constatação racional), que a paz no mundo acabava de perder um grande aliado. Não estou falando apenas pelo Nobel da Paz, mas pelo enorme esforço que aquele homem empreendia para pacificar a região onde nasceu e vivia.
“Fudeu”, foi o que eu disse para minha jovem namorada, logo após ouvir a notícia e conseguir articular alguma coisa, “o mundo agora é um lugar mais perigoso de se viver...”.
A vida seguiu. Aquele meu namoro acabou logo depois. O Birrinha virou advogado, agora é o Dr. Antenaldo Carrijo e, no Oriente Médio os constantes conflitos, negociações pela paz e atentados prosseguem ocorrendo (ainda acredito que com Yitzhak Rabin a situação hoje seria diferente, para melhor). Eu saí da Baixadinha apesar dela não sair de mim. Me mudei até de cidade.
Tantas coisas aconteceram no mundo desde então. Tantas outras pessoas conhecidas e reconhecidas morreram. Muita gente também nasceu. Mas nenhuma outra morte me afetou tanto quanto aquela. Digo mortes de personalidades, seja da política, artes/cultura, esportes ou gente famosa por coisa nenhuma.
Senti a partida dos garotos do “Mamonas Assassinas”, do Renato Russo, do Mário Lago. Quando os fios das Moiras foram cortados para Mercedes Sosa, calando “A voz da América”, eu também senti. Saramago também deixou uma lacuna importante.
De fato, é comum que a morte de algumas personalidades nos cause algum tipo de sentimento. Em alguns casos um grupo maior de pessoas se abala, e ocorre o que chamamos de “comoção social”. Acho que podemos incluir nessa categoria de eventos sociais, o sentimento que tomou conta dos brasileiros, em abril de 1985, quando boa parte da população chorava, ao som de “Coração de estudante”, a morte do primeiro presidente eleito após a abertura política. Também foi assim quando, no dia do trabalho de 1994, o Silva mais ilustre que o Brasil conheceu nas últimas décadas, parou, para sempre, na curva Tamburello. Ouvi dizer que aconteceu algo parecido lá nas terras do Tio Sam, quando John Fitzgerald foi assassinado em 22 de novembro de 1963, supostamente por um tal Lee Oswald (como curto teorias da conspiração, sou dos que acreditam que o pobre Harvey foi só mais um bode expiatório, mas isso não é relevante aqui). A Inglaterra chorou a morte acidental de sua princesa, com status de quase rainha. Outro exemplo de “comoção social” foi o que aconteceu em todo mundo quando, recentemente, a morte veio buscar aquele garoto black or white (confesso que me somei ao grupo dos que sentiram muito essa perda).
Enfim, sempre que alguém, que é admirado por muitos, realiza seu inevitável encontro com Thánatos, pessoas se comovem, fazem vigílias em suas casas, se acocham nos funerais, choram em coro pelas ruas, cantam em memória do de cujus, vendem lembrancinhas, lançam coletâneas, reexibem filmes, citam suas palavras e analisam suas vidas. Os fãs ainda lotam ruas, o twitter, avenidas, facebook, estádios, orkut, myspace e nossas caixas de mensagem. Alguns mais desprovidos e personalidade própria e mais ligados emocionalmente aos seus ídolos, ou exagerados querendo um pouco notoriedade fugaz, chegam a declarar que não sabem como suas vidas seguirão doravante.
Seja de forma mais contida, ou de forma barulhenta, é comum que isso aconteça. Sempre aconteceu e, ao que parece, vai acontecer por muito tempo ainda. De Cleópatra e Heitor de Tróia aos nossos dias, isso sempre aconteceu (não foi caso daquele jovem galileu da Nazaré, crucificado pelos romanos há dois mil anos, por quem apenas os familiares e cerca de uma dúzia de amigos se comoveu).
E, já que é costumeiro, eu acho normal. Normal e, em alguns casos, até bastante saudável do ponto de vista da saúde social. Quando em manifestação pacífica e ordeira, chora a morte de um importante líder, que servirá de exemplo para as presentes e futuras gerações.
Uma coisa, porém, está me deixando de cabelo em pé nos últimos dias. Ta bom, Londres continua longe pra caramba da Praça Universitária. Mesmo assim é preocupante ver tanto vandalismo e destruição. Desde a extinção dos hooligans que não tenho notícia de convulsão social tão grande assim. E bem debaixo da saia da Rainha (pobre Dona Beth, deve estar achando seu chazinho mais amargo que o normal).
Mas afinal, qual a ligação desses distúrbios com aquilo que estava falando ali em cima? É que nada, nem ninguém, me tira da cabeça que tudo isso é parte da comoção causada pela morte da bela, talentosa e desajuizada Jade. Os britânicos, quem andam sem grandes líderes e ídolos, afora a idosa detentora da coroa, não assimilaram, ainda, a perda da garota de bela voz e que gostava de voltar para seu luto. E estão extravasando seus sentimentos dessa forma. Isso pode ser um recado sutil, ou um grito desesperado de alerta, para alguma ferida ainda oculta no Reino.
Não vou entrar no mérito de apontar os riscos dessa onda de selvageria para a organização dos jogos olímpicos, nem ficar pensando no que estariam dizendo se fosse aqui, no Brasil. Isso eu deixo para os analistas políticos.
Quero só compartilhar meus temores. É que mesmo não sendo sociólogo, nem membro do COI, diretor da CBF, nem delegado de polícia, comentarista esportivo, arqueólogo de acontecimentos futuros, tanatopraxista, nem produtor musical, agente funerário ou dono de pub (mas confesso, sou fã do Monty Python), estou aqui assustado com o que pode acontecer no Brasil, se essa onde de comoção violenta vira mania globalizada.
Qual seria a reação dos brasileiros se (e isso vai acontecer um dia) figuras como Roberto Carlos, não o bom em ajeitar as meias, mas o moço de Cachoeiro do Itapemirim, ou o mais ilustre palestrante do momento, Luiz Inácio, ou ainda o dono do baú, Senor Abravanel, batesse a caçuleta em breve? Chego a ficar arrepiado só em imaginar, as Avenidas Paulista e Goiás lotadas de populares armados com coquetel molotov, saqueando as Casas Bahia e os camelódromos. Melhor nem pensar.
Mas o pior ainda poderá ocorrer, com o óbito de Luan Santana ou de Vinicius Félix de Miranda. Imagina só, as ruas tomadas por uma multidão usando botas e grandes fivelas, armados com seus berrantes desafinados (...). multidão urbana transviada, disformemente, de moradores do campo, que fique bem claro. E pode piorar mais ainda. Tente você, caro leitor, imaginar as ruas do país parecendo uma aquarela fluorescente, cheias de adolescentes desesperados, com seus cabelos lisos caindo pela testa, postando suas dores profundas, chorando muito no twitter, Pichando as fachadas das lojas e das casas, espalhando, por toda parte, tinta com aquelas cores ridículas, em comoção pela perda dos ídolos, por ocasião do falecimento dos garotos do Restart. Imaginou? Isso sim, seria uma visão do inferno, não acha.
E ainda tem o senador imortal, Sarney, o narrador esportivo Carlos Eduardo dos Santos. E o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Mr. W. Bush, e outros. Peraí, estou falando de possíveis ocorrências em caso de algumas mortes, e não de desejos coletivos, certo? Então vamos voltar ao que interessa.
A morte de alguns, de fato, consegue abalar completamente o equilíbrio. Veja, por exemplo, o caso Bin Laden. Morreu. Bateu as botas, quer dizer, bateram para ele. Mas o Afeganistão segue inseguro e sem liberdade, ocupado por homens do exército dos EUA e do Primeiro Ministro de férias curtas e, como por maldição, os pilares da sociedade cristã ocidental, o sistema capitalista, parece ter entrado em estado terminal sem retorno. Estou duvidando que saia dessa UTI com vida.
É, vivos ou mortos, algumas figuras sempre mexem com as pessoas e com as estruturas sociais.
Já que é assim, vamos seguir festejando a vida e “bebendo nossos mortos”.
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PS.
Quero deixar claro que desaprovo completamente qualquer forma de violência. Escolho ser bem humorado sempre. E acredito lidar muito bem com a morte, sobretudo com a dos outros...