Não que seja dor,
Não é.
E não é saudade, dessas comuns que sentimos sempre.
É outra coisa, mais forte, com sabor, perfume, textura e calor...
E não é que eu queira saber por onde andas.
Só queria entender por quais motivos você insiste em ocupar meu peito.
Não que eu não goste da primavera,
Pois muito a aprecio.
Apenas não entendo essa sua mania de estar presente a cada perfume que sinto,
A cada flor que admiro e a cada pássaro que ouço.
E a lua que cismou em tatuar seu rosto,
Só para mostrar você pra mim.
Até o brilho dos seus olhos me chegam sempre,
A cada manhã, com o Sol tentando imitar você.
Mas não é dor, já disse.
E, apesar de tudo que tenho,
É esse vazio, o que mais me preenche.
Trazendo inclusive, creia, alegria e cor.
Me acostumei à sua companhia constante,
Que já é normal ter você,
Mesmo se com outra faço amor.
E nem quero mais te encontrar.
Pois já acho mesmo
Que já sou tão você
Muito mais que a mim...
Corte os cotovelos e tudo estará resolvido!
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