Tênue ponto em que nos equilibramos.
Existe por um instante tão fugaz
que nem se pode mensurar.
É o que escapa da eterna disputa que
regula o tempo
e define nossa existência.
Desprezado pelo futuro
(como
velhos "bois de piranha")
para aplacar, um pouco, a fome do
devorador em seu encalço.
Devorado em um instante
sem sequer poder lutar.
Mesmo assim é o que permite nossa
história.
Tudo que foi.
Tudo que será.
E, equilibrando nesse ponto.
Saltando para o próximo,
sem descanso
(ou
somos devorados juntos)
É que existimos.
E não temos nada mais,
além do agora
que
passa
que
passou
que
passou (...)
Que passa cada vez mais rápido
e mais próximo o devorador está.
E, a cada instante devorado,
mais breve é cada agora.
Nesse ponto em que habitamos
no
ínfimo ponto onde quase se intersectam, futuro e passado,
não existe o que farei
tampouco o que eu fiz.
Apenas o que faço
Insaciável, o passado tem mais fome ao
devorar.
Nesse paradoxo maldito
que
não inclui o perseguido
Em breve tempo, o alforje do futuro
não terá novo agora pra retirar.
E
não haverá mais o ponto, onde nos equilibrar.
Se tão breve é o presente
basta de perder tempo.
Cante, abrace, cante, ame.
Seja livre e verdadeiro.
declare, grite, sorria, chore.
Viva mesmo, intensamente.
(pois
a cada novo agora),
o que importa é ser feliz!
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