Ah o teatro mineirense...
Sim, em Mineiros se faz teatro! Na verdade sempre se fez. E de boa qualidade.
Nunca teve uma casa de espetáculos decente (e Teatro nunca mereceu atenção, muito menos prioridade, da direção do Centro de Treinamento Santo Agostinho. Nem agora, que virou “Frank Green”), nem o merecido apoio do poder público ou do comércio. Mas isso nunca impediu que alguns “malucos” se dedicassem à nobre arte.
E não são poucos, esses “malucos”. Ainda bem. Senão, quem salvaria a cidade?
E, desde os tempos do “Teatração”, até os dias atuais, os grupos de teatro de Mineiros montam espetáculos de todos os gêneros. De boas comédias à discussões filosóficas.
Sim, acima eu disse “grupos”. Assim no plural mesmo. Teve “Teatração”, “GTE&C”, o grupo da Dona Mery e tem o “Theaomai”. Sem contar os grupos esporádicos, como o da JUNAC, que chegou a fazer uma pequena turnê regional com a montagem de “Meu padim segura o tacho, que a quentura vem pru baixo”, nem o grupo da Mocidade Espírita, em que esse missivista ousou dirigir por um tempo, e que montou alguns pequenos espetáculos (e chegou a escrever, coletivamente, dois bons textos).
Ou seja, vários grupos, e todos sempre contaram com grandes talentos. E também com algumas figuras que nem precisam de personagens.
Caso do grande amigo Cleudiomar, que vestia o personagem que fazia em “Meu padim...” como uma luva, como se tivesse sido escrito pra ele. A Fabiana, grande talento do grupo da Mocidade, que poderia ter se profissionalizado. E o Fábio Rocha, a Dayane, Breno, Lidi Vilela, Marnúbia, Tutuca (que teve uma passagem rápida pela cidade, mas que contribuiu muito), o diretor Toninho Gomes, e tantos outros.
Mas hoje acordei rindo à toa, me lembrando de dois integrantes do Theaomai, de quem há muito não tenho notícias. Kelson e Antônio.
Grandes talentos e cheio de trejeitos capaz de transformar qualquer texto sem graça em ótimas comédias.
Separados eram faziam todo mundo rir muito. Quando os dois estavam juntos em cena, então, era impagável.
É que o Antônio, cheio de “cacoetes” e com uma memória que às vezes falhava. E o Kelson, um super talento, raciocínio rápido, ótimo senso de humor e muito, mas muito mesmo, gozador (soube que está morando no RJ, e que já apareceu até em novela da Globo). E adorava pegar no pé do Antônio. Prometo narrar alguns encontros dois, em breve.
Mas a cena que me fez acordar rindo hoje, teve o Kelson como protagonista. Na cena em questão, uma pessoa estava no palco, e o Kelson entraria, assim que o primeiro colocasse fogo em um pedaço de papel (devia ser uma carta, bilhete ou coisa assim). Kelson tinha que entrar dizendo o texto: “Humm, que cheiro de papel queimado”. So que nesse dia a contra-regra (que era todos do grupo, já que lá todo mundo faz de tudo) esqueceu de colocar o fósforo, ou o isqueiro, onde deveria estar. Quem estava em cena, não sofreu muito. Não tendo como queimar o papel, o jeito foi rasgar.
O Kelson, que estava atento na coxia, entendeu a deixa e entrou, conforme estava no script. Mas, espirituoso como é, e rápido no gatilho, soltou, no tempo certo da piada (que fique bem claro): “Hummm, que cheiro de papel rasgado”...
Nossa, saudade daquele tempo.
ResponderExcluirHá uns 2 anos encontrei o Antonio no ônibus aqui em Goiânia. Trocamos telefones e nos despedimos após um breve olá.
menos de uma semana depois recebo uma ligação dele me chamando pra ir a igreja com ele (acho que era um igreja evangélica). Recusei educadamente como bom ateu que sou e depois disso nunca mais o encontrei novamente. Acredito que ainda esteja por aí em algum lugar...
Caríssimos,
ResponderExcluirÉ bom caminhar por estas palavras e buscar, sem muito esforço estas lembranças. Saudade. Um abraço a todos.
Eu, o Fábio.