É que tem esses momentos,
nos quais não importa se você se acha forte ou
fraco,
delicado, casca-grossa, ou frágil.
Se é bom ou nem tanto.
Se é do bem, ou se sua alma já habita
parcialmente algum inferno.
Sempre poderá haver esses momentos.
Onde alguma coisa faz se formar um tipo de nó
em nossas gargantas.
Nosso estômago fica se sentindo desconfortável.
Mesmo sem querer, lágrimas insistem em rolar
dos olhos.
Seja pelo que for.
Não se pode controlar tudo o tempo todo.
Muito menos o turbilhão de lembranças que, assim,
de repente vem.
Seja lá de onde for.
De dentro de uma gaveta mal fechada.
Do fundo de um histórico de e-mails
empoeirados.
Ou simplesmente de algum canto escuro de nossa
mente (esse arquivo às vezes falho, e às vezes surpreendentemente eficaz...).
E você pode se ver de frente com todo tipo de
sensação.
Saudade de alguma situação, ou de alguém.
Vontade experimentar novamente algum sabor, ou
sentir certo perfume.
Ou, pode ser também, apenas um enorme
sentimento de fracasso, por não ter conseguido manter situações, pessoas,
perfumes e sabores...
Se a cada dia nos tornamos mais amadurecidos e,
com isso nossa capacidade de analisar fatos, causas e consequências.
Também pode ser bem maior nossa vergonha, ao
vislumbrar quanto erro bobo comentemos...
Não. Não estou reclamando da vida.
Nem querendo reconstruir o que é
"irreconstruível".
Tampouco estou me culpando de tudo de ruim que
já possa ter me acontecido até hoje.
Pode ser que encha a cara,
Mas não vou me matar (não vivo muito bem se
estiver morto).
É que hoje foi um dia desses.
Em que queria muito conversar sobre tudo, ou
sobre nada.
Quem sabe chorar um pouco.
Enfim,
Senti vontade de certo colo,
e o abraço do amigo não mais presente...
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