Ah as boas histórias de Mineiros.
Já contei várias aqui. E ainda tem um monte.
Hoje me lembrei de mais uma que teve como cenário o bom e velho “Top-Lanches”, que ficava na Praça Dep. José Alves de Assis, em um tempo muito bom. A noite tinha aulas de contabilidade no “Instituto”, magistério e agricultura no Colégio de mesmo nome que a praça. E tinha uma turma impagável que estava sempre lá. O proprietário Toninho Gomes, contava com o auxílio do Negão (naquele tempo era normal chamar o Osmar de Negão, e ninguém dizia que nos processaria, inclusive o próprio Negão se chamava assim. Na verdade ele ainda se chama...) e, eventualmente do Necivaldo e desse cronista.
Sempre estavam por ali o Nei, o Kelson, Radimak, o Josimar, digo, aranha, a turma do 1º B, alguns participantes da JUBES e alguns que a memória propositalmente (como sempre faz as memórias) me faz esquecer agora.
Naquele universo cheirando a gordura e embalado por boa música (o bom gosto do Toninho e singular), comia-se as sanduíches com tempero da queridíssima Dona Pequena, e ria-se muito. O papo era sempre animado, e sempre se fazia piadas uns com os outros. Claro que todos eram sacaneados e todos sacaneavam. E íamos pra casa, já tarde da noite, leves e felizes.
Ali aconteceram muitas passagens que renderiam (e renderão) boas crônicas. A história que me traz aqui hoje foi um acontecimento um tanto trágico. O mais trágico que se passou (depois do roubo das caixas acústicas, que ficavam presas do lado de fora, protegida por grade metálica, formando o que parecia orelhas de coalha naquele trailer metálico).
Bem, voltando à história trágica, vamos aos fatos. Em uma noite tranqüila, sem muito movimento, de domingo. O avançado da hora já nos fazia pensar em encerrar o expediente. Estávamos eu, Toninho, Negão e mais uma ou duas pessoas, apenas. Eis que chega um amigo nosso, aqui chamado de “Sr. Fanta” para preservar sua identidade. Ele cumprimentou-nos, ficou uns dois ou quatro minutos de bobeira, conversando sobre nada, e resolveu se refrescar, ou matar a sede, não sei. Para isso pediu uma Fanta. Naturalmente eu peguei no freezer horizontal e, quando fui retirar a tampinha, com um abridor normal o Sr. Fanta interfere com sua voz muito grave, quase semelhante ao vozeirão do Henrique Gontijo
“precisa abrir não”, ele disse.
“Tudo bem”, respondi entregando-lhe a garrafa de vidro.
Ele pegou, fez um movimento com a mão, em uma pantomima como se limpasse a tampa da mesma. Claro que aquele movimento não limparia nada, ainda mais que usou a própria mão, sem tê-la levado antes. Mas isso não interessa agora. Ele fez o movimento e levou a garrafa até a boca, colocando a tampinha entre os dentes, com um movimento brusco, o típico movimento feito por quem abre garrafas, especialmente de cerveja, com os dentes, ele tentou abrir aquela garrafa.
O movimento brusco foi acompanhado de um som seco. Um tipo de “Cruc”. Vejam que não se ouviu o “tchiiiiiiiii” típico do escapar dos gazes de quando se abre uma lata ou garrafa de bebida gaseificada. O que se ouviu foi um “cruc”, nada mais.
O tempo foi curto, não mais que um minuto, mas imagino que para ele tenha sido uma eternidade, até que ele tenha tomado coragem de colocar a garrafa de volta no balcão e dissesse, meio sem jeito,
“Preciso achar um dentista”.
Lembro que era domingo e já passava da meia noite.
Não sei qual é o costume onde o leitor vive, mas lá em Mineiros, na época feliz do “Top-Lanches”, acredito que uma madrugada de domingo fosse um péssimo momento para se quebrar um dente abrindo uma garrafa de Fanta.
Claro que esse fato rendeu muitos risos e por muito tempo foi motivo de gozação entre os impagáveis frequentadores da boa e velha Praça José de Assis.
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Serviu p/ eu descobrir o que significa pantomima.
ResponderExcluirnussa véio! imagina só um bando de mineiro e um sem dente a meia noite! kkkkkkkkkkkkkk ri litros.
ResponderExcluirbejo Naza ;*
Olá Pollyana, imagine só que os cidadãos de Mineiros são tudo, menos mineiros (exceto aqueles que são mineradores).
ResponderExcluirMineiros são os nascidos em MG (aqueles que gostam de queijo mais que todo o resto do mundo junto).
Mineiros são trabalhadores das minas (aqueles que eventualmente são resgatados das profundezas (não por alguma igreja)).
Mineiros são donos das minas (aqueles que pagam as indenizações àqueles que foram resgatados das profundezes).
Mineiros são aqueles soldados que colocam minas (e essas por sua vez, explodem na cara do inimigo).
Bem, na fatídica noite da fanta, todos os cidadãos de Mineiros envolvidos eram mineirenses (pelo menos de coração).
rsrs... Já conheço essa História, e na naração do Toninho ela é mais ilária. rsrs !!!! Mas,pra quem não conhece Mineiros-GO, e nem a lendária praça Dep. José de Assis, estão perdendo. não convivi com essa turma, pois, minha idade não permitiu, mas, já comi muitas vezes no Top-Lanche, e faço minhas as palavras do Naza, era tdo de bom, e também sei de muitas outras história daquela TURMA.Muitobom mesmo!!!
ResponderExcluirOlha tive o prazer de ver a cena do nosso amigo "fanta", posso te dizer: Eu estava lá!!!! e meu foi muuito bom, me lembro disso como estivesse agora na minha frente, e as pessoas que foram lembradas, o Negão, o Radimak, meu Deus será que ainda são vivos??? nossa quanta saudades deles todos!!
ResponderExcluirTop lanches, me faz lenbrar o "demi", concorrente de carrinho do lado, o que matou o Zé antonio,com o x-baygon, o Toninho certamente lembra dessa.