26 de ago. de 2010
Devo me acomodar nesse teatro dos horrores?
22 de ago. de 2010
Refazendo
Vou tirar meus sapatos e vestir uma velha bermuda
Quero novamente sentir a terra macia sob meus pés descalços e me sentar no chão sem me preocupar se estou sujando o linho do meu terno ou o caro jeans que é chique por já ter vindo rasgado de fábrica.
Quero me livrar de toda proteção que me tira a sensibilidade, e me distancia das pessoas e das coisas reais.
Quero subir em árvores, como fazia quando era criança.
Lambuzar a cara de amarelo, daquela manga comum amassada e deliciosamente meio sem graça.
Quero correr na grama, não nessas de parque, mas naquelas de pastagens maus cuidada, onde se encontra facilmente alguns pés de araçá ou de maminha cadela.
Chega de cimento asfalto e concreto.
Quero encontrar um terreno baldio, fincar algumas varas, ou ajeitar algumas pedras e, com uma bola de plástico, ou de “capotão”, jogar pelada a tarde toda. Me queimar de sol com prazer.
Perder a hora, não no computador ou em chatas reuniões, mas em gostosas brincadeiras.
Jogar guerra bandeira, marcadas com nossas camisetas ou com sacolas plásticas. E bete, com ripas lascadas e bola de meia.
Quem sabe encontre um riacho onde possa mergulhar o corpo, que já estará mais refeito que agora.
Com sorte, no início da noite, a garotada resolva brincar de “caí no poço...” e com mais sorte, eu saia com a menina mais bonita da rua, e escolha “salada mista”. Se acontecer, ficarei pensando nisso o resto da semana, com aquela cara meio boba. Mas se não sair com ela, ou não escolher, não será ruim. Afinal estarei feliz.
Quero esquecer, ainda que por um tempo curto, meu e-mail as janelas e nuvens que não existem.
Quero sentir o vento no rosto e, se houver nuvens, quero descobrir todas as formas que sempre existem.
Se a chuva cair, não vou me proteger. Ao contrário, quero lavar minha alma, encharcar meu espírito de liberdade e tirar o “macuco” da frieza que chamamos hoje de civilidade e bons modos.
Quero ouvir estórias de assombração, quando for escuro, só pra ter que ficar todo mundo junto, quando for me deitar. E assim prolongar a diversão.
Quero fechar os olhos e fazer minha oração, com aquela fé que já tive e que, há muito, troquei por certezas e dúvidas lógicas que não explicam a alegria ou a tristeza, muito menos a coragem que eu tinha quando orava daquela forma, pois sabia que Deus me pegava nos braços.
Uma vez mais quero brincar tranquilo na rua.
Confiar nas pessoas.
Até o medo daquele homem misterioso, com barba longa e grande saco nas costas, quero voltar a sentir.
Rir de coisas bobas.
Preparar pipas.
Ser cantor, tocando as violas feitas com latas, ripas e as multicoloridas linhas de pescar.
Enfim, quero gargalhar à toa. Me sujar na lama. Esfolar o joelho e arrancar a casquinha, quando ela se formar.
Acordar cedo sem motivo. Roubar goiaba e mexerica da vizinha, que so brigava por hábito, pois gostava de ver a gurizada em seu quintal.
Não, não estou sendo saudosista. Ao menos não apenas.
Só quero reviver coisas e sensações agradáveis, rever pessoas queridas e voltar a lugares por onde brincava, nos tempo da cara suja. Acho que merecemos isso. Na verdade acho que estamos precisando.
Quem sabe assim consigamos recuperar a sensibilidade que nos fazia enxergar, a criatividades que nos mostrava caminhos, a curiosidade que nos fazia aventurar, a fé que nos fazia invencíveis, a honestidade que nos tornava confiáveis, a tolerância que nos permitia aceitar e a alegria que nos fazia queridos de verdade.
Enfim, talvez sejamos capaz de recuperar a humanidade que deixamos de lado para nos tornar adultos. Regurgitar minha lótus e deixá-la florescer.
E, quando eu voltar, mandarei lembranças para todos os seus.
18 de ago. de 2010
Protagonismo ou figuração? A escolha é nossa
6 de ago. de 2010
Sobre as verdadeiras belezas
Amigalidi prepara uma pessoa
Cabelos macios serão ótimos de se acariciar.
Moleira sensível exigirá mais cuidado que porcelanas.
Vai preferir chupetas às poesias ou filosofia.
Vai te impedir alguns encontros festivos e eventos sociais, mas não te deixará dormir (nunca mais) como antes
As fraldas dos primeiros anos vão acabar com qualquer frescura que possa ter.
Vai te querer exclusiva, e você se dará.
E terá choros, resmungos, birras, dores...
E tudo isso será cansativo e trabalhoso.
Mas terão os sorrisos, os abraços suaves, o aconchego seguro, a certeza que basta seu calor para deixá-lo plenamente satisfeito.
Te dará muito mais prazer que tudo que você já experimentou, ao sugar seus seios sem nenhum erotismo.
O carinho com aquelas mãozinhas delicadas, será mais importantes que todo sucesso profissional, ou qualquer outra coisa que possa conseguir.
E ainda terão os passos bêbados, de quem aprende os segredos dessa nossa caminhada (e aprenderá com você).
As primeiras palavras então, muito mais sonoras que todas as canções.
É, acho que você nunca mais será a mesma,
E em breve terá plena certeza que nasceu exatamente para esse papel.
(e eu tenho essa inveja ‘boa’ de você)
Parabéns minha amiga-mamãe.
4 de ago. de 2010
Bis
Quero tudo de novo, outra vez.
Não sei quanto a você,
Mas eu já perdoei toda aquela nossa insensatez.
Esta noite, a(s)cendi você...
Era noite escura, como são as noites.
Mas não estava fria,
Nem era assustadora.
Então ascendi você, e um novo brilho enfeitou meu Céu!
Eu não estava triste, ou solitário.
Estava em Paz comigo
Cantarolava e sorria.
Por isso acendi você, e aquela velha alegria me visitou!
Não foram saudades que machucam.
Foram as boas lembranças, que me fizeram ascender você.
Não quis brigar.
Tampouco relembrar o que houve de ruim em nós.
Quis sentir você outra vez.
Compartilhar felicidade, a mesma que era nossa, e que ainda está em mim.
Abraçar você, envolver-te e ser envolvido por seu calor.
Então acendi você, lembrando as coisas boas que a gente fez.
Por onde você acha que andas, não sei!
O que julgar ter feito de sua vida, sequer imagino!
Os motivos te fazem sorrir agora, me são desconhecidos!
Sei, no entanto, do bem que me fez,
E de como alterou minha vida.
Sei dos meus motivos para sorrir, e do que me faz ser sempre feliz.
E, sei também onde você se encontra.
Como pode não saber, eu te conto enfim,
Que em noites como esta, em que te ascendo,
Você está lá, no Céu, brilhando forte.
É minha maior estrela.
E também, desafiando a física, está aqui.
Acesa e forte, dentro de mim.