Ah! E existem as margens...
Margens que cercam o rio. Que prendem as águas e soltam a imaginação sobre o que habita ali.
Margens que assustam, às vezes.
Que limitam políticas. Que segura os homens, mas que não impedem o tempo (esse segue no leito, como as águas).
Margens que podem ser praias, trampolim, pousada. Barranco para emboscada ou palco para orquestra de aves.
Margem é segurança, fertilidade. Possibilidades...
E, no leito, o rio corre. E vai...
Podemos mergulhar, nadar, navegar. Mas não escolhemos viver no leito. Somo seres da margem. Sempre voltamos pra ela.
E, no leito, o rio corre. E leva...
Nossas angustias, nossa história, nossos erros isso fica. Tudo que é nosso fica com a gente.
No leito, o rio leva o que é dele. E o tempo...
Esse também vai com o rio. Em seu próprio leito.
Crescemos! Isso faz nossas margens parecerem menores (e em alguns casos estão mesmo. Em outros so resta margem! Não há mais leito...)
E continuamos em nossa margem. Com tudo que fizemos a ela.
Do outro lado, o desconhecido. Outra margem, sim. Mas só saberemos como é, quando atravessar.
Enquanto estamos aqui, o melhor a fazer é cuidar melhor dessa margem que nos acolhe.
E, se não vivo aqui sozinho, é necessário (re)aprender a compartilhar melhor cada espaço, cada alegria, cada prazer, cada raio de Sol e o perfume de cada flor que brotar aqui.
E no leito, o rio segue, contando novas histórias, desconstruindo o hoje para criar novos passados e nos permitir viver novos amanhãs.
...(?)... Será mesmo, no leito, que acontecem os movimentos?
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