Vestiu-se
de simplicidade
Esboçou
um sorriso irônico e divertido
Como quem curte o momento
Como quem curte com a gente
Ele gelado,
Minha
alma vazia.
Ao
longo das horas, poucas lágrimas caíram.
Dor
Tristeza
Alívio
Arrependimento
E os sentimentos afloram,
Misturam
Se fundem.
Confundem.
Gritamos
no silêncio
Nos calamos
nos ruídos.
Ele,
elegante
Simples
Irônico
Gelado...
Permaneceu
indiferente ao burburinho
Não
se moveu, mas enchia o ambiente.
Não
falou, mas foi ouvido como nunca.
Estava
ali, mas era a maior ausência.
Ele,
sereno, impassível.
Eu,
inquieto, não preguei os olhos
Aproveitei
cada segundo das últimas horas.
Eu,
filho tantas vezes ausente,
Nessa
noite não arredei pé.
Nem
ele.
Simples,
elegante
E com
sorriso irônico.
Foi
assim que, na noite entre os dias 13 e 14 de fevereiro de 2019
Seu Durvalino,
meu pai
Se reuniu
pela última vez com os seus.
Ouviu
declarações,
Choro,
Devaneios,
Pirações.
Deu
a todos nós mais uma chance.
A última,
intempestiva.
Sem pressa
e sem reação, ouviu.
Pela
manhã, às 10
Embarcou
em sua viagem
Sem mala
Sem bens
Sem riqueza
nem pobreza
Escala?
talvez, quem sabe?
E,
para nossa dor, alívio, arrependimento, vazio (...)
Definitivamente
sem volta.
Siga
em paz, seu Durvalino
Muito
obrigado...
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