26 de abr. de 2018


E, depois desse tempo todo
hoje olhei pra mim.
Ainda enxerguei cicatrizes,
mas as feridas se fecharam.
As marcas na pele nunca sumirão,
E nelas você sempre estará.
Mas as dores não me perturbam mais.
Já respiro sem auxílio
e, se ainda choro, é por sempre tê-lo feito.
Hoje olhei pra mim.
Vi mudanças,
mas ainda me reconheço
As marcas,
         Todas elas,
estão em aqui.
Segue a vida
Segue o tempo
sigo eu
e você.
Não seguimos nós,
         (como um dia acreditamos que faríamos).
Mas seguimos sendo,
         (de alguma forma...).
Olho pra mim e,
         ao não enxergar só você,
me sinto meio cego.
Mas vejo outra realidade.
A que me alcançou aqui
a que, agora, me empresta caminhos,
que me aponta horizontes,
que me cobra velhos erros
e ensina outros acertos.
Hoje olho pra mim novamente,
não no espelho,
mas na alma
com olhos de dentro
E, com essa tranquilidade quase sociopata
vejo que o amor não passa,
         não precisa passar.
E se soma à tantos outros.
E me fortalece não esquecer de nada
         de ninguém.
Amei
Te amei
E continuarei amando,
mas me amo mais.
e, se o que sou hoje, só sou por ter cruzado seu caminho,
vou te amar pra sempre
sem me permitir sofrer,
e sem impedir que meu amor alcance outras flores.
Com novos espinhos a ferir minha pele,
abrindo novas feridas,
criando outras cicatrizes.
E, quando chegar ao final da jornada,
vou olhar meu corpo todo marcado
e sorrirei feliz,
com a certeza de carregar toda leveza de quem amou pela vida.

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