Fria e tranquila a noite caí.
No Céu, a lua se enche de brilho
Pra iluminar minha inquieta paz
Não há mais a fogueira,
Não há mais a velha viola,
Não há mais as piadas
(‘marelas’ de tão usadas),
O rapel também já não há.
Esse tempo já passou,
O corpo não mais acompanha a mente livre,
Agora estou em outra estação.
Me contento em pisar,
Com os pés descalço,
Novamente esse chão.
Antigos companheiros
Seguiram outras direções.
Encontros, agora, apenas em rápidas paradas,
Em algumas poucas estações
Um abraço e já uma nova despedida.
Mas há, ainda, o vento livre,
O pó da estrada
Os troncos retorcidos,
As águas claras do Formoso Rio
E o agradável cheiro do sertão.
Já não é tão abundante,
Mas o Cerrado inda persiste.
E há de nunca se extinguir.
Há uma lágrima,
Mas não há tristeza,
Há só a saudade,
Uma gostosa sensação.
E uma prece involuntária:
“Que eu consiga deixar o mundo melhor
Para os que virão.
Que os erros acumulados me mostrem os caminhos.
Que, assim como essa lua,
minha vida tenha algum brilho
E que nenhum prazer tenha sido em vão”.
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