17 de jan. de 2018

Projeto Nova Literatura Nacional - Alyne Lima

O projeto Nova Literatura Nacional, idealizado por Tatiane de Freitas e TainaBMcomeça a agitar o cenário literário no Brasil, nesse início de 2018. E surge como uma luz suave no horizonte, para novos e anônimos, escritores. Torçamos para que consiga fazer bastante barulho, tirando a poeira de nossas gavetas, prateleiras e, quem sabe, das gôndolas das grandes livrarias.
Dentro como participante do projeto, tenho agora a agradável tarefa de divulgar/apresentar a amiga blogueira Alyne Lima. E faço com enorme felicidade.


Alyne é Jataiense, leonina, estudante de Letras na UFG, leitora, escritora e feminista. Um bocado de coisa para uma garota de 20 anos.
Ela publica, com uma frequência cada vez maior em seu blog Um Café e Mil Rabiscos e em um ig especialmente criado para esse fim, com o mesmo título @umcafeemilrabiscos.
Conheci os textos da Alyne por indicação de uma amiga em comum, e virei seu leitor com a facilidade de quem encontra algo que realmente faz bem.
Seus textos, maioria crônicas do seu cotidiano, textos de opinião, belas e instigadoras resenhas de livros, filmes e séries, são fáceis de ler, suaves, quase ritmados. Leitura realmente agradável, envolvente, que esclarece, provoca reflexão e emociona. E sempre deixa aquele desejo de saborear novamente, e de encontrar novos textos sem demora.
No entanto tive o enorme prazer de conhecê-la pessoalmente, quando ela se inscreveu no 1º Concurso Literário Deriva, ocasião em que pude conhecer um pouco melhor seu lado poético, vertente menos presente entre suas publicações mas, em minha opinião, onde suas palavras adquirem mais força. A poesia da Alyne é visceral, por vezes muita dura, direta, afiada, poderosa. Alyne ficou em 2º lugar na categoria Poemas, com seu belíssimo “Talvez seja cedo demais para me definir”.
Alyne tem essa coisa de não se esconder. Ao escrever, ela se desnuda. É fácil encontrar, em seus textos, uma declaração, uma confissão, uma crítica dura, convocações para enfrentamentos diários. É feminista e, com toda delicadeza forte que habita todas as mulheres, ela nos lembra disso com frequência, para que não nos esqueçamos da luta constante que precisamos travar, na construção do mundo na qual ela acredita ser melhor viver. E, se ela acredita, pode apostar, eu creio também.
Já que teve coragem, e não virou administradora, como ela nos conta que seu pai pretendia pra ela, espera poder viver da escrita, mas tem consciência das dificuldades que o mercado apresenta aos iniciantes. No entanto, mesmo sabendo das dificuldades, não desiste dos seus sonhos. Sorte a nossa.
Alyne pretende finalizar alguns contos esse ano. Estou aqui torcendo para que eles cheguem o mais rápido. Nós, leitores, merecemos.
Bem, agora você sabe um pouco sobre Alyne Lima, então não perca tempo, pegue uma xícara de café, e vem comigo mergulhar nas emoções, sentimentos e sensações causadas por tão agradáveis rabiscos.

8 de jan. de 2018

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A segunda-feira me alcançou novamente
E dessa vez trouxe, outra vez, a velha emoção
Doce meninice
Sensibilidade à flor da pele
Lágrima ousada, fácil
Desejos do que passou
Saudade do que virá
Sentimentos em turbilhão
ao mesmo tempo,
                Nesse meu peito
Calmaria e furacão
Medo de estar errado
Certeza da correção.
Orgulho do que vivi
medo do agora
Pra onde vou?
Dúvida,
insegurança
excitação
O que me reserva essa jornada?
Haverá Caís?
Correntezas?
Âncora?
Jangada?
Ou balão?
‘Crescer dói’,
me lembra novamente essa segunda-feira.
Mas, por alento
                como bálsamo
Trouxe de volta o garoto de cara suja e coração florido
não me deixando esquecer que há cores e perfumes
que devemos sorrir
sentir
amar
chorar
experimentar dores e prazeres
E assim a vida segue, e nos amadurece.
Nosso trabalho é não perder a criança
sob pena de morrer
                ou pior
ser infeliz.