Certo,
vamos lá.
2017
foi sim um ano repleto de “eita”, pra
todos. Mas, certamente, todas as pessoas tiveram, também, muitos bons momentos.
Não
posso falar por todos, nem quero. Falo apenas por mim, e de mim.
Esse
foi um ano em que experimentei uma montanha russa de emoções. Não é exagero,
nem eufemismo. Só uma metáfora bem representativa.
E
não estou falando de acontecimentos que vieram acontecendo desde anos
anteriores, para se consolidar em 2017. Tampouco de coisas que passarão desse
para 2018.
Pra
mim, as coisas mais importantes que vivi em 2017, aconteceram em 2017.
Mudei
de cidade e, muito mais, de vida.
Comecei
o ano em um novo lugar, depois de uma década na velha e boa casa nº 266, da rua
239, lá no setor Universitário, em Goiânia (quanta saudade...). Tentei transformar
a casa verde, construída no lote 01 da quadra 45, rua Elvira de Faria, no setor
Nova Caiapônia, nossa casa. Depois só a Casa do Naza. Minha casa. Ainda
falta muito pra se consolidar. Mas me sinto em casa, de todo modo.
Era
novo emprego, novo trabalho, novos desafios (alguns não imaginados). Mas assim
é a vida. Estava animado. Acreditei que estivéssemos. Não estávamos. Era apenas
eu.
Bina
e Lino não se acostumaram com o novo endereço, e logo cismaram de partir.
Primeira perda.
Depois,
ainda bem no início do ano, nova, e maior perda, quem me fazia companhia, e em
quem eu encontrava forças, também cismou de partir. Certamente também não se
acostumou com o novo endereço/vida.
Mais
alguns meses, e foi a vez do contrato cismar de partir. Pode não ter se
acostumado comigo.
Perdi
tudo que tinha como referência de suporte para o cotidiano. Para a vida.
A
vida construída na casa 266 da rua 239, em uma década, deixou de existir.
Sim,
houve lágrimas, desânimo, desencanto, momentos de raiva, outros de quase
desespero. E mais lágrimas. Mas nenhuma tristeza abalou a felicidade que trago
em mim. E o ronron terapêutico do Darth Vader (que se mostrou um companheiro
inseparável), e as broncas da Leia (tão expressiva que assusta), foram
fundamentais.
Posso
dizer, então, que, ao menos pra mim, 2017 não foi um ano maravilhoso. Mas nem
tudo foi ruim.
Me
desfiz de toda a vida que tinha, na passagem de 2016 para 2017. E perdi quase
tudo que trouxe comigo para o ano novo, para a vida nova. Mas não fiquei
sozinho, nem me senti assim. O que me permitiu manter certa lucidez, e não me
perder. Como sempre a vida sendo muito boa comigo, nos momentos mais difíceis.
Vi
reafirmar, e fortalecer, velhas amizades. Recebi apoio de onde não esperava. E
os abraços ficaram mais aconchegantes e necessários.
Também
vi surgir e fortalecer ótimas amizades novas, dessas que estarão em mim por
toda a vida, não importa onde nem quando eu esteja. Afinal dependendo das
companhias, todo canto pode ser tão aconchegante como nossa própria Varanda.
Nada melhor que poder entoar (ou criar) canções com verdadeiros menestréis (amigos de gentche),
para serem compartilhadas, ou ainda gravadas na pele dos mais livres. E, apesar
dos desafios apresentados, fui muito bem recebido por Caiapônia.
Percebi
que ainda sou capaz de aceitar, permitir (e até contribuir para) que pessoas
gostem de mim, e que algumas até se encantem. Essa, outra coisa que tem sido
importante na turbulenta calmaria dos últimos meses desse ano. E se meus olhos
ainda não mostram o brilho que exibia em dezembro de 2016, ao menos não está
mais tão opaco quanto estiveram meses atrás.
Mas
esse ano me trouxe surpresas muito felizes. Como as proporcionadas pelos amigos
do lugar onde cresci, e com a imprescindível ação da querida amiga Marta
Brandão. E me tornei membro da Academia
Mineirense de Letras e Artes. Depois, recebi título na Câmara Municipal, tornando-me legitimando algo que sempre
senti na prática, e agora sou Cidadão Mineirense
(novamente a Martinha, obrigado querida).
Lino
voltou pra casa. Quis ele estar comigo na hora de sua partida. E meu bom amigo
morreu pouco dias após seu regresso. Agora, Bina também está de volta, como
quem sente que o período mais complicado chegou ao fim.
E
assim o ano do “eita” chega ao seu final.
O
Naza
que chegou aqui, nesse ano e nesse lugar, não existe mais. Graças a isso, sou
muito mais parecido com o velho Naza de outros tempos, e mais ainda com aquele
que desejo ser. O que me obriga a ser grato por tudo. Foi agridoce. Mas todo
sabor pode ser agradável ao bom apreciador.
2018
iniciará sem nenhuma mala trazida desse ano. Tudo que vier será novamente novo. E as promessas são as
melhores.
Não
será perfeito, como a vida não é. Mas torço para que seja enriquecedor, em
todos os sentidos. E à Deus, aos deuses, à natureza, às energias que regem o
universo, peço, sobretudo, para que a vida continue sendo boa comigo, como
sempre foi.
Que
saibamos aprender sempre.
Que
sejamos capazes de nos apaixonar sempre (pelo novo, pelo que se renova, pelo
antigo que é base, ensinamento e suporte).
Que
sejamos capazes de fazer com que se apaixonem por nós, sempre, e um pouco mais
a cada novo dia.
Que
tenhamos, nós mesmos, orgulho da própria vida.
Que
não sejamos motivo de vergonha pra ninguém.
Que
sejamos livres, e saibamos respeitar a liberdade de todos os seres, de todas as
outras formas de vida.
Feliz 2018 a
todos nós.