22 de mai. de 2015

Queda livre

E, quando a madrugada me flagrou
Me viu sentir falta de saudade.
Querendo sentir vontade.
Querendo ter pra onde voltar.
Mas estou aqui,
e isso não é bom nem ruim.
É apenas a realidade.
E eu me acostumei a ser sem...
A não ter você.
A não compartilhar.
A não ter do que reclamar.
A não dividir meu café, ou meu sonho de valsa.
E a falta de tudo me preenche.
E não existe saudade
não existe vontades
não existem sorrisos ou lágrimas.
E, em mim se instalou essa coisa que prende à nada.
Que quase satisfaz
mas a ausência de dor não é prazer.
Ausência de guerra, não é paz,
assim como a ausência de tristeza, tampouco é alegria.

De fato, sinto falta de quase nada.
E o vento que agita meus cabelos,
não é por estar voando.
É queda livre.
Caio em um abismo infinito.
Não há chão.
Não tem fundo.
Nunca chega ao fim.
Afinal, pra se chegar à morte,
Precisa, antes, estar vivo...