14 de fev. de 2011

Da série "Mulher" - Consequências

Nova manhã...

Com esforço, acordo.

Preguiçosa,

Sem ânimo

Sozinha,

Chorosa,

Me achando feia,

Descabelada...

Me lembro de você.

E esse desejo me sufoca.

Saudade de como você me amava,

A qualquer tempo, o tempo todo.

Falta do seu beijo morno

Logo cedo,

Me livrando desse hálito amanhecido...

Quero gritar,

Morrer,

Chorar,

Engordar (...).

Por ter mandado embora.

Dói saber que fui tola.

Que perdi o melhor homem que conheci.

A maior chance de ser feliz.

Dói...

E dói lembrar que me desejavas sempre.

Mesmo nas manhãs, do jeito que acordava.

Quando eu dançava,

Sorria,

Cantava,

Chorava,

Quando fazia tudo ao mesmo tempo.

Quando eu não fazia nada.

Me desejava mesmo quando sem controle,

Os hormônios me irritavam.

Mesmo nos dias em que eu sangrava.

...

6 de fev. de 2011

Sobre números, gráficos, planilhas e a vida real.

Ah as estatísticas.
Gosto dos números, tabelas, percentuais e gráficos.
Fica tudo mais fácil de entender, olhando para uma pizza colorida ou para algumas colunas de tamanhos diferentes emparelhadas, ou ainda para aqueles pontinhos, que mais se parecem insetos distribuídos entre uma linha horizontal e outra vertical. Não acham?
É ótimo. Traduzem as informações para uma forma que fica mais agradável de se ver, e esclarece o que os números querem nos dizer.
São fundamentais como subsídio para a elaboração de políticas públicas, ou na tomada de decisão sobre a abertura (ou fechamento, por que não?) de uma nova unidade de empresa privada.
Gosto muito de estatística.
Na verdade isso não é bem verdade. Gosto de ver os resultados finais, por que acho complicado trabalhar com algumas fórmulas. Sabe, encontrar variâncias, medianas, probabilidades, distribuições, médias, quartis, modas, etc... Tudo isso sempre me causou problema na faculdade.
Mesmo assim acho lindo.
Considero importantíssimos alguns estudos e levantamentos. O senso demográfico por exemplo, é de suma importância para qualquer nação.
No entanto alguns dados me surpreendem.
Não pelos gráficos, planilhas e tabelas apresentados, mas por não conseguir enxergar bem em que “universo” os dados foram coletados.
Recentemente os meios de comunicação do mundo divulgaram uma pesquisa realizada pela empresa fabricante de antivírus AVG.
Todos certamente virão os resultados, e espero que todos tenham pensado sobre os números apresentados. Mas como sempre alguém pode não estar sabendo do que estou falando, vou relembrar.
A pesquisa da AVG mostrou que:
58% das crianças entre dois e cinco anos de idade sabem como se divertir com um jogo básico de computador – em países como Reino Unido e França, esse índice supera os 70%. Em comparação, apenas 43% dos pequenos nessa faixa etária sabem andar de bicicleta.
Outro dado interessante: 19% dessas crianças sabem como usar um smartphone como o iPhone, mas apenas 9% sabem como amarrar os sapatos. E 25% conseguem usar um navegador de internet, mas só 20% nadam sozinhos.”
Viram? Nada demais, certo. Reconheço que amarrar o cadarço é coisa complicada mesmo, que leva tempo para se aprender. Por isso eu uso calçadeira, para evitar ter que ficar fazendo a laçada toda vez que calço algum tênis (agora que comprei um Kichute, depois de quase 30 anos, vou ter que lidar com aqueles cadarços enormes, mas tudo bem, vai valer à pena).
Também digo que nadar, é atividade de risco, que necessita de muita segurança, confiança, e a existência de um ambiente adequado. O que pode explicar o fato de eu até hoje não saber nadar como deveria, e justificar o baixo percentual de crianças que nadam sozinhas.
Não discuto isso. A AVG deve ter razão.
Mas, observem que eles apresentam os valores de forma aberta. Como se o universo da pesquisa tivesse sido todas as crianças de todas as classes sociais de todos os países.
Eles não delimitam um universo reduzido. Não dizem, por exemplo “... entre as crianças de famílias das classes A e B...”. Não. Eles dizem todas as crianças.
E é isso que não consigo entender. Na verdade não estou concordando com a AVG (quem sabe por isso eu use Avast nos computadores que uso...).
Os números da França e do Reino Unido, eu não questiono. Mas e no Brasil, isso é real? Será que 58% das crianças brasileiras sabem usar computador, inda que seja só para jogar? Duvido. A grande maioria das famílias brasileiras não tem computador em casa e, mesmo os que estudam em escolas públicas que possuem laboratórios de informática, a convivência com os equipamentos é tão superficial, que não permite nenhuma intimidade.
Ta bom, eu sei, tem as lanhouses. Mas todo mundo acredita que a maioria das crianças pobres do Brasil, frequenta lanhouse diariamente? Não estou falando das crianças das capitais e grandes cidades. Estou pensando em crianças do Brasil inteiro.
Você acha que sim?
Quanto a smartphone, meu Deus, eles já fazem parte da vida de quase 20% de nossas crianças? Que maravilha, não é mesmo...
E, vamos olhar o mundo fora do Brasil. Será que a pesquisa da AVG representa a realidade das crianças da China? Da Índia? Do Continente Africano? Enfim, do mundo?
Por favor, será que o mundo que vejo é tão diferente assim do mundo onde a AVG vive?
Posso estar tendo uma visão tacanha e limitada demais, afinal não sou estatístico, matemático, pedagogo, sociólogo nem apresentador de reality show. Mas me parece que para chegar à essa realidade, os investimentos para a democratização, de fato, da computação e da informática, precisa crescer muito. E os esforços devem ser dos governantes, empresários e educadores, de cada país e do mundo todo.
Definitivamente não concordo com os números apresentados pela AVG, mas torço para que logo eles representem a realidade.
Também acho, é claro, que nossas crianças precisam aprender a amarrar os próprios sapatos sozinhas e mais cedo. Afinal, precisam estar com pés bem protegidos para a jornada que a vida. Além do que ninguém quer que uma criança pise no cadarço e caia, estragando seu laptop, ou o smartphone que leva nas mãos, não é mesmo?

Mais um aperitivo, retirado de "O Círculo de Loki"

(...)

A manhã de sexta-feira já estava na metade, quando o delegado, de pé bem à suas costas, disse com voz firme.

- Então, vamos resolver o problema daquele desconhecido.

- Calma Marcelo, agora não, por favor!

- Como assim, agora não? Agora sim! E sua situação está ficando cada vez mais complicada.

- O senhor não faz idéia, delegado, mas tem toda razão. - Disse uma terceira voz.

Olhando para a porta os dois viram os agentes federais Araújo e Kleiton. Os mesmos que estiveram ali no início da semana, e que ‘resolveram’ o caso Nandinho.

- A senhorita está presa, detetive! - Kleiton mostrou-lhe as algemas.

- Qual a acusação? - interveio Marcelo.

- Triplo assassinato. Ela é suspeita de envolvimento no caso dos homens que foram mortos e carbonizados em Senador Canedo. Por favor, Detetive Cássio, venha conosco.

Nesse momento todos os policiais da delegacia estavam atentos, assistindo a conversa. Todos surpresos com a acusação.

- Um minuto, por favor! - disse Karine calmamente, enquanto mandava imprimir o documento, de duas páginas, aberto em seu computador. A impressão terminou, ela se levantou, pegou as folhas com a mão esquerda, sem movimento brusco, sacou sua pistola com a mão direita, olhou para os dois federais e pausadamente disse, - Senhores Araújo Godinho e Kleiton Rodrigues, os senhores estão presos por corrupção passiva, assassinato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e tráfico internacional de armas. A ‘casa de vocês caiu’, rapazes. Melhor se entregarem sem reagir.

O espanto, no rosto dos que assistiam a tudo crescia a cada respiração. Os dois homens sacaram suas armas e apontaram para Karine, que já tinha sua pistola apontada para eles. Kleiton gritou para que ela abaixasse a arma.

- Que palhaçada é essa, detetive. Vai complicar ainda mais sua situação. Venha conosco agora, ninguém aqui precisa se machucar!

- Para com esse teatro, nesse exato momento todos os membros do ‘circulo de Loki’, estão sendo presos. Não compliquem vocês, a situação.

Ao ouvir isso os dois federais deixaram perceber o nervosismo em seus rostos. Araújo se exaltou.

- Você não está me deixando outra alternativa! - disse isso e começou a engatilhar sua arma quando sentiu um toque frio em sua fronte direita. Sem mexer a cabeça ele percebeu que Marcelo tinha um revolver 44 engatilhado apontado diretamente para sua cabeça.

- Por favor, baixe a arma! – foi tudo que o delegado disse.

(...)

O que resta...

Havia sonhos, em algum lugar!

Havia planos,

Houve um tempo,

Houve vontades...

Não há mais aqueles sonhos,

Os planos agora são outros.

Os lugares mudaram no tempo.

O tempo, esse mudou tudo!

E as vontades?

Essas persistem.

O que há de mal em querer, Afinal?

Fracasso

Confesso que me esforcei.

Fiz festa!

Fiz farra!

Bagunça,

“moagem”.

Contei piada,

Criei estórias.

Fiz o que pude,

De tudo tentei.

Só não fiz o mais importante.

Reconheço minha falha,

Pois em nada te agradei...

Convite

Caros amigos

Eu, juntamente com meu amigo Nilton César, estamos trabalhando uma proposta literária que consideramos bastante interessante.

O que pretendemos é organizar e publicar um livro de contos, sobre alguns personagens do Pentateuco.

Não posso esconder, a idéia surgiu após termos lido “Caim” do Saramago, e gostado muito do que ele fez.

Por ter certa simbologia mítica e mística, optamos pelo total de doze contos. E a opção por personagens do Pentateuco é devido ao fato de ser essa a parte do antigo testamento que está presente nos livros básicos de todas as religiões oriundas do oriente médio, e não apenas da Bíblia Cristã, e também pela história carregada de fatos importantes, pitorescos e, alguns, bem cheios de sacanagem.

Claro, existem muitos personagens de toda Bíblia que dariam bons contos, mas não teria um foco razoavelmente definido, e poderia ser entendido como uma provocação apenas à igreja católica e suas derivadas Cristãs.

O foco que pretendemos dar é o da ironia, do humor, crítica e interpretação inusitada.

"Provocação pelo viés bíblico, ou heresia provocativa", como diz Valdivino Braz

Relacionamos os 12 personagens, e esperamos que cada "biografia" seja feita por um autor.

Parênteses para deixar claro que não temos a intenção de fazermos uma obra blasfêmia. Pretendemos sim, ter uma obra bem divertida e até provocativa. Afinal, quantos de nós já parou para pensar um pouco melhor sobre a história de alguns dos personagens do Antigo Testamento?

Já temos, algumas confirmações de participação, e três contos já estão prontos.

As confirmações são:

  • Edival Lourenço, presidente da UBE-GO, que escreverá sobre Noé;
  • Valdira Rosa, blogueira e analista ambiental do IBAMA, que escreveu sobre Eva;
  • Ary Soares, Superintendente do IBAMA-GO, escolheu falar sobre Moises;
  • Nilton César, professor, poeta e historiador, escreveu sobre Abel;
  • Nazareno de Sousa, esse que vos escreve, fiz a “biografia” de Adão.

Nossa proposta é que o conto tenha como título apenas o nome do personagem central.

Ja apresentamos a proposta para a Izaura, da RF Editora, que “comprou o projeto, ou seja, so nos falta montar o volume, que a publicação já é certa.

Estamos contactando outros possíveis participantes.

E, se algum leitor escritor se interessar, e quiser saber mais para, quem sabe, participar, por favor entre em contato comigo.

Poderei mostrar os contos que já estão prontos, para que entendo melhor o que estamos pretendendo.

Bem, é isso, espero que alguns aceitem participar dessa nossa brincadeira bem humorada.

5 de fev. de 2011

Confrontando...

Minha amiga Pollyana Moraes me indicou esse "teste" elaborado pela Nanda Meireles, e eu achei interessante. Aqui está meu resultado.
Vale a pena toda tentativa de tornar a literatura nacional mais conhecida, difundida, apreciada...


Esse desafio visa demonstrar que vale a pena investir em um livro nacional. Ao aceitá-lo, você responderá as questões abaixo agora e voltará à fazê-lo no fim do ano.
Então, compararemos as respostas e veremos qual foi o balanço.
Segue as perguntas:
1- Quantos livros nacionais há na sua estante?
Não vou contar, mas é a grande maioria. E boa parte é de escritores goianos
2- Quando e qual foi o último livro nacional que você comprou?
Na verdade o último eu não comprei, ganhei. Foi “Escritos nos jornais” uma retrospectiva da produção do advogado e historiador Martiniano J. Silva
3- O que achou dele?
Li apenas alguns trechos, mas gostei do que li, e da proposta. Além do que o escritor é meu amigo pessoal.
4- Dentre os livros que você já leu, qual mais te desagradou e qual mais te surpreendeu?
Nunca encontrei um que tenha me desagradado, de fato. Alguns bem chatos, mas toda leitura vale a pena. Alguns me surpreenderam muito. Por exemplo, no momento estou lendo “Honoráveis bandidos” e me surpreendendo com a verdade por trás de alguns fatos, e em como continuamos repetindo alguns erros
5- O que acha que falta aos autores nacionais para que a barreira do preconceito dos leitores seja vencida?
Um pouco mais de atenção dos editores e dos donos das grandes livrarias. Temos ótimos escritores, com ótimos livros. Mas enquanto as livrarias insistirem em colocarem em evidência apenas os títulos estrangeiros que já chegam aqui com carimbo de “Best-seller” condenando nossos autores a pontos obscuros de suas lojas, eles nunca seremos vistos. E você sabe, o que os olhos não vêem...
6- Cite três livros nacionais que você espera ler em breve:
“O gado de Deus”,
“Aletheia”, já tenho os dois, e estão na fila...
Ah! Espero ler em breve “O Circulo de Loki”, por aí ele já estará nas lojas... rsrs
7- Indique 5 Blogs para responder à esse desafio: