19 de jan. de 2009

Sobre o amor que acabou e a dor do rompimento... - 18/01/2009 -

Ah meus amigos,
Vocês não podem imaginar a dor que vai em meu coração (e o medo que assola minha alma) agora.
Vejam o que acabo de ouvir, sem ter forças para contestar ou, ao menos me defender. Posto que reconheço que ela está coberta de razão...

“Meu querido,
É muito difícil para mim, mas preciso dizer e, mais do que falar, dessa vez preciso ser forte para fazer o que precisa ser feito.
Não da mais pra nós, meu amor. Não dá mais pra mim. Nosso relacionamento precisa acabar (na verdade acho que já acabou). E o culpado foi você.
Sabe, eu reconheço que foi ótimo quando você chegou em minha história. Você me trouxe muita coisa boa. Durante um tempo fomos sim, muito felizes juntos.
Mas isso foi so no início. Depois de um tempo você mudou muito seu jeito de ser. Transformou-se totalmente. Ficou agressivo, egoísta e, principalmente, ganancioso demais.
Meu querido, não sabe como tenho sofrido todo esse tempo. Você não me ama mais (eu acredito que tenha me amado). Não me trata mais de forma carinhosa. Não me da mais nenhum prazer (me procura apenas quando precisa satisfazer alguma necessidade sua). Nem falar comigo você tem falado. E eu que gosto tanto de ouvir você, e de ser ouvida por você. Mas o que é pior é que nem respeito por mim você tem mais.
Como você pode ter coragem de querer que eu me submeta a ter o corpo tão intensamente, e tão inescrupulosamente explorado assim? E tudo para que você acumule mais dinheiro. Eu que sou sua companheira. Não dá mais. Eu não agüento mais. Tenho vergonha de ter permitido que as coisas tenham chegado a esse ponto.
E não venha me dizer que não sabia que eu estava sofrendo. Você sabia sim.
Não meu amor. Também não é verdade que eu nunca tenha falado o que achava da nossa relação, e que por isso você achava que eu estava feliz. Eu disse sim. Não foram poucas as vezes que eu demonstrei minha insatisfação com as coisas que você está fazendo comigo. Conosco.
Desde quando eu percebi sua mudança que eu tenho tentado fazer você perceber seus erros. No início eu fui sim mais discreta. Sussurrei, falei baixo. Mantive o tom carinhoso. Com o tempo eu fui sendo mais objetiva. Nos últimos dias eu tenho gritado a plenos pulmões. E tenho gritado quase o tempo todo. Mas você se tornou tão egocêntrico que não consegue ouvir nada que não seja sua própria voz. E isso quando lhe é muito conveniente ouvir. Senão nem isso.
Por muito tempo eu acreditei que um dia você voltaria a ser aquele ser doce e adorável que um dia foi. Que recuperaríamos a harmonia e voltaríamos a viver bem. Mas a ganância fez de você todo mal que ela pode fazer. Até violente você se tornou.
Como pode achar que eu esteja feliz sendo agredida diariamente? Tendo meu corpo dilacerado como você está fazendo? Não dá! É impossível ser feliz assim. E chega uma hora que toda criatura se cansa de ser maltratada e reage. Eu já não agüento mais. Por isso comecei a reagir. Estou me descobrindo violenta. E não quero isso pra mim.
E é dolorosamente engraçado perceber que você não entende a fúria com a qual tenho agido às vezes, como reação à suas agressões. Mas como caprichos. Não esperava tanta insensibilidade sua. Não depois de tudo que já vivemos juntos. E tudo isso por dinheiro.
Essa é outra coisa que não consigo entender. Por mais que eu me esforce (e olha que em nome de nossa história eu tenho tentado), não consigo entender por que querer acumular tanto.
Será que não percebe que essa sua riqueza não vai te fazer feliz. Não vê que, não so essa riqueza, mas também a forma que você age para consegui-la me faz tão mal? Não percebe ou não se importa mesmo comigo?
E piora mais quando lembro que eu te ofereço tudo riqueza que você realmente precisa. Quando você chegou, eu fiquei tão feliz que achei uma boa idéia colocar tudo que eu possuía em suas mãos. Confiei em você. Seria mais que suficiente para que os netos dos netos de nossos netos vivessem bem. Más você já acabou com quase tudo. E acredita que está construindo riqueza. Me dói tanto perceber meu grande erro, e sua grande tolice.
E olhe para mim. De tanto ser maltratada perdi quase toda beleza que eu possuía. Meu corpo não é mais o mesmo. Não tenho mais a vitalidade de antes. Não tenho mais as curvas que já tive, nem o perfume que tinha, eu tenho mais.
Eu não deixei de te amar. E por isso estou sofrendo muito. E vou sofrer muito mais ainda. Por muito tempo vou lembrar de como fomos felizes no início. E de como poderíamos ter sido felizes. Mas ao agüento mais. Chega.
Se continuarmos juntos minhas reações serão cada vez mais violentas. Pois não suporto mais tanta dor, e vou revidar cada vez mais (é minha defesa, já que avisos você não escuta). E pelo que vejo, você não está disposto a mudar. Por isso precisamos nos separar. Antes que nos matemos. Pra ser sincera eu acho que tenho mais forças para matar você, que você a mim. Mas não vou quero isso. Não vou ser como você.
Por isso quero que você vá embora. Que se mude o quanto antes.
Não vou ser tão cruel como você tem sido. Vou te dar mais alguns dias, para que encontre um novo lar. Mas, mesmo nesse período, se voltar a me agredir, eu vou revidar. E serei cada vez mais dura.
E, se por acaso me provar que mudou verdadeiramente, posso pensar em reconsiderar, pois te amo tanto, que você nem de longe imagina o quanto. Mas não tente me enganar. Por favor.
Sinto muito meu amor, mas foi você que provocou tudo isso. Foi você que destruiu o que havíamos pensado em construir juntos. Foi você que destruiu o nós, que você e eu um dia fomos. E se não mudar, vai acabar destruindo a você mesmo, também”.

             --------- Continua ----------


Um comentário:

  1. Muito interessante essa carta de separação. Gostaria de saber se é verídica ou inventada. E se for verdadeira, se esse amor conseguiu ser reconstruído... De qualquer forma, aprendi que não estamos sozinhas no clube de quem consegue "gostar de quem não gosta de mim". Lembranças, Ita.

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